Quando a confiança acaba, é hora de virar a página.

Outro dia estava com um pote de vidro nas mãos, de repente, por um descuido ou desatenção ele pulou da minha mão e foi pro chão, quebrou. Eu juntei os pedaços, passei uma vassoura em toda a cozinha e coloquei tudo no lixo.

Alguns dias depois, varrendo embaixo do armário, alguns caquinhos vieram junto com a poeira, ainda tinha pedaços daquele pote.

A confiança, em qualquer relação se estabelece como um pote de vidro, precisamos estar atentos e ter muito cuidado para ela não quebrar, porque se ela cair vai se espatifar e espalhar em caquinhos por todo o cômodo e assim como o pote de vidro nunca mais voltar a ser pote, a confiança também, nunca mais volta a ser a mesma.

E os caquinhos virão de tempos em tempos, para lembrar que um dia existiu algo que tinha muito valor, que mantinha a relação como um navio em mar aberto, navegando com a fluidez da água e do vento. Mas alguém descuidou e foi tudo por água abaixo.

É como disse minha professora certa vez, leva-se anos para construir a confiança em uma relação e apenas alguns segundos para destruí-la.

Uma vez eu quebrei uma caneca que eu gostava muito, sabe aqueles presentes que alguém especial te deu e ficou como uma lembrança maravilhosa e que, você precisa cuidar porque nunca mais vai ganhar ou ter uma igual?

Assim era essa caneca, ela quebrou, esbarrei com ela na torneira e ela perdeu uma lasca na boca, eu pensei em colar, mas era em vão, ela agora era uma caneca com uma lasca em ‘v’ na boca, só quem já bebeu em um copo trincado sabe como o sabor muda.

Assim como a caneca, as vezes esbarramos nossas palavras, pensamentos ou atitudes provocando embaraços ou dor na outra pessoa, estamos lascando um pedaço da confiança daquela relação.

Não dá pra construir uma história ou continuar caminhando de mãos dadas com uma lasca no coração. Não dá pra consertar, não dá pra fazer de outro jeito, não dá pra voltar atrás.

Conheço pessoas que em seus relacionamentos amorosos tiveram quebras, e eu acho que a dor misturada à dó que a gente sente de ver aquela história tão bacana chegar ao fim, bom a dor e a dó é o que sustenta a relação por um tempo, é como se quiséssemos colar a lasca da caneca ou reunir os pedaços do pote, mas não tem jeito, perde a forma, o sabor, a beleza.

Às vezes, quando não estamos tão envolvidos, ou quando não nos colocamos com os sentimentos do outro, a gente pensa que é só uma coisinha a toa, tipo um flerte, um sorriso, uma fofoquinha de nada, um desabafo, enfim, criamos situações para a nossa desatenção com a pessoa que estamos prestes a magoar, por pura vaidade, insensatez ou descuido.

Se você esta com um pote de vidro nas mãos ou uma caneca que você ama muito, cuide bem deles, observe os seus sentimentos nessa relação e se você acha que não faz mais sentido ter esse pote ou a caneca, pense como você pode fazer para deixa-los ir embora sem perder todo o significado dessa história que foi construída com muito amor, respeito e confiança.

Estamos em aprendizado constante e as vezes, nos entregamos tão profundamente em uma relação, outras vezes mergulhamos de cabeça na empresa que nos colocou no mercado, vamos entregando nossas partes para as relações e de repente, a gente percebe que não é bem assim, que aquele carinha que fazia você suspirar não tem muito a ver com o seu estilo de vida, que a empresa que parecia casa de mãe, não tem muito a ver com as suas escolhas profissionais, e ta tudo bem você decidir ir por outro caminho, ta tudo bem colocar um ponto final, apenas não perca tudo que foi construído, não deixa essa história deixar de ser bonita.

Todo o tempo que nos dedicamos a algo ou alguém, é um tempo de amor.

Às vezes ele dura, às vezes ele acaba.

Permita que seja bom, porque todo fim é trágico, mas o começo depois do fim pode vir acompanhado das boas lembranças e de todo crescimento que foi construído. Cuide bem do seu pote de vidro, é no descuido que as coisas se perdem.

A confiança é um dos sentimentos mais importante, em qualquer relação. Ela deve ser nutrida e cuidada, é uma estrada de mão dupla, é um caminho a dois.

Escrevo para você, que não sabe muito bem o valor que ela tem e escrevo pra você, que teve seu pote de vidro quebrado, saiba, essa dor vai passar, até lá, firme-se em você e na sua verdade, quando tudo passar você estará pronta pra confiar novamente, porque nenhuma relação se constrói em cima da duvida e desconfiança, não mesmo, as relações futuras, assim como você, precisam de uma nova chance, acredite, existem pessoas prontas para fazer dar certo, porque não com você?

*Photo by Dương Hữu on Unsplash

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Carol Daimond, mineira de Divinópolis, bacharel em Direito e apaixonada pelas palavras entrelaçadas, mãe, mulher e terapeuta thetahealer, uma mistura de mulher que a cada dia se reinventa em busca da sua melhor entrega em partilha para o mundo. Sua jornada como escritora começou de brincadeira e tem se tornado cada dia mais a sua marca pessoal de verdade e essência.