Quando a relação acaba mas o coração continua comprometido – A PNL pode te ajudar
É, acontece. Nem sempre o timing do término de um relacionamento é o mesmo para ambos. Às vezes a gente termina a relação ainda amando, ainda querendo ficar, mas sabemos que temos que finalizar pois não nos trará o futuro que desejamos e pior ainda é quando a decisão de colocar o ponto final vem do outro. Dói.
Dói muito. Principalmente quando nos doamos integralmente e somos pegos de “surpresa” pelo fim da relação.
Aí, o que acontece? Somos privados do contato físico, da convivência e sentimos nitidamente que o coração continua comprometido, que não assimilou que é o fim.
Desconheço sensação pior na vida que estar solteiro e o coração continuar casado, fiel, preocupado e cheio de amor.
Porque isso não nos permite encerrar o capítulo e fechar o livro. Ficamos sempre na expectativa de que algo aconteça, que um raio caia na cabeça do sujeito (a) e ele volte para nós, mas a verdade dolorida é que quem faz questão e QUER ESTAR, dá um jeito de estar. Mesmo na distância, mesmo na falta de grana, mesmo que o mundo seja contra, é intrínseco, é ímpeto e incontrolável.
QUEM MUITO AMA, MUITO QUER AMAR.
Se existe qualquer outro motivo que impeça uma relação de acontecer, então é porque esse motivo é maior que o amor que se sente.
Não há medo ou resistência que seja capaz de manter afastado dois corações apaixonados. Uma hora, sem que percebam, um acabará atraindo o outro, porque almas não se desconectam facilmente, quem dirá se desligam um dia.
No entanto, a reciprocidade se faz imprescindível, pois só um dos lados continuar disponível e ansioso por um reencontro, beira o sadomasoquismo, é insano.
Claro que a gente não tem um botão “DESAPEGAR AGORA” e que certas vezes é muito, muito difícil esquecer o ser amado e se desvencilhar de tudo, abrir mão dos planos e sonhos tão lindamente traçados, enterrar um projeto de vida.
É um luto e viver o luto é preciso.
Se você está passando por isso, se a sua relação acabou, mas seu bobo coração ainda se sente comprometido com a pessoa, algumas atitudes podem te ajudar a se desligar do passado.
O que eu recomendo é que você se dê carta de alforria e pare com essa história de lembrar a todo momento que você tem que esquecer. Porque o nosso cérebro demora um pouco mais para acatar ordens negativas, pois a nossa submente, a mente subconsciente, quer verificar se nos oferece algum risco e o por que não podemos pensar, falar ou lembrar daquilo.
Já ouviu o ditado que diz que tudo que é proibido é mais gostoso? Pois bem, pare de se proibir de pensar no ex. Libere a sua mente, aceite que dói menos. Parece contraditório? Mas a neurociência tem uma explicação bem racional, aquilo que está LIVRE, pode IR. Pode ir e vir quando quiser e o que proibimos, aprisionamos.
Cada vez que você evita pensar no ex o que acontece? Você pensa! A sua submente te manda mensagens, como “coincidências”, te faz sonhar com a pessoa, fica te testando, então, a partir do momento que você se permite lembrar, tal lembrança começa a perder a IMPORTÂNCIA, e aí o que a nossa querida mente faz??
Tira do lobo frontal, que é onde “armazenamos” as memórias recentes e as informações mais importantes e joga a lembrança lá para trás, para a pasta “lembranças antigas” e essa ressignificação faz com que a lembrança se DESASSOCIE do SENTIMENTO.
Traumas, fobias, ódio intenso e PAIXÃO, ocupam o mesmo lugar no cérebro, pois sempre que lembramos de algum episódio desses, as lembranças vêm associadas a algum sentimento, ou medo, ou repulsa, ou dor de saudade ou calor do ódio e esses sentimentos disparam reações químicas em nossos organismos, como ocitocina, noradrenalina e cortisol.
A ocitocina está relacionada ao amor, é ela que é liberada em larga escala quando uma mãe pega seu bebê pela primeira vez, ela associa o cheiro do bebê, a fisionomia e cria sinapses instantâneas no cérebro e toda vez que a mãe pensar no seu bebê, ela será capaz de sentir seu cheiro e descrever detalhadamente seu rosto, sinais e marcas.
É isso que acontece quando amamos alguém, as lembranças vêm com ocitocina e por isso ainda nos causa AMOR.
A noradrenalina é o precursor da adrenalina, ela é quem envia o sinal de “Opa, tá vindo perigo aí, fica esperto” para o organismo se preparar para lutar ou correr, é instinto puro e quando lembramos de fobias e traumas intensos, disparamos imediatamente na corrente sanguínea, nossa boca seca, nosso sistema nervoso entra em alerta e ficamos TENSOS só de lembrar. Isso também acontece em crises de ansiedade.
E o cortisol é o chamado hormônio do estresse, quando lembramos de algum desafeto ou situação ruim, ele logo aparece.
Por isso, o que precisamos fazer é desassociar a figura do ex. Não dá para apagar a memória ou mudar os fatos, mas sempre é possível ressignificar a importância nas nossas vidas.
Como fazer isso?
Temos uma ferramenta na PNL (Programação Neurolinguística) que é bem simples e eficaz. Já sabemos que o cérebro é predominantemente visual, ou seja, ele cria uma imagem para tudo e qualquer coisa.
Se eu começar a descrever aqui a minha poltrona preferida que tenho em meu escritório, que é bege clara, tem um encosto reclinável e uma almofada marrom e uma leve ondulação para encaixarmos a cabeça, que é extremamente confortável, mas que está com o pé direito quebrado, eu aposto que o seu cérebro criou uma representação visual da poltrona. Porém, essa representação é baseada na SUA percepção e não necessariamente condiz com a realidade.
Quando você escuta o nome do ex qual imagem te vem na cabeça? Aposto que é uma bem fofa e linda e que faz teu coração disparar.
Pois bem…vamos lá, toda vez que esta imagem vier na sua cabeça, você vai fazer um esforço para reduzir o tamanho dela na sua mente.
É exatamente isso, você pode até fazer com os dedos se for mais fácil, não tem problema, pega a imagem e diminui, pois ela deve aparecer grande, colorida e VIVA.
Então você vai diminuí-la, diminuir o contraste ou seja, tirar a cor, desligar o som se ela tiver (a voz, gargalhada ou uma frase que ecoa na sua mente dita pelo ex) e segurar essa imagem pequenininha e sem cor pelo máximo de tempo que conseguir.
Depois, você vai fazer alguma outra coisa e todas as vezes que a imagem surgir, você vai repetir o procedimento, diminuir, tirar a cor e o som.
Vou te avisar que você estará comprando uma briga com seu cérebro! Pois ele vai insistir em te enviar a imagem para saber o por que do comando negativo, mas é apenas uma questão de treino. Você pode fazer isso com várias lembranças que tiver.
E sempre que fizer esse exercício, tome um copo d´água depois ou leia alguma coisa, mas um copo de água é bem-vindo. Você estará criando uma ancoragem sutil em um ato que você executa várias vezes ao longo do dia e isso, acredite, te SERA MUITO ÚTIL. Mesmo que você não entenda, só experimente.
E aliado a este exercício, faça seus ritos de passagem. Tire as fotos dos porta-retratos, se livre da aliança, pare de stalkear e seguir nas redes. Não alimente esse comportamento sadomasoquista, porque não é novidade para ninguém que nós, humanos, temos sim uma tendência a suportar e gostar de sofrimento.
Por isso, seja leal consigo e responda a seguinte pergunta: VOCÊ QUER MESMO ESQUECER O EX?
Lembra da música do Roberto Carlos que diz “Você é a saudade que gosto de ter, só assim, sinto você bem perto de mim outra vez” pois é…tem gente, que mesmo a nível inconsciente, gosta de carregar a saudade. Gosta de lembrar do ex e já se acostumou com a dor.
Isso é um ganho secundário fantástico para o coração, pois estando associado a uma dor já conhecida, que já teve seu ápice e agora segue estável, a gente usa como pretexto para não entrar em relacionamentos novos, que nos oferecem riscos e dores novas.
Sabe aquela história “prefiro meu bicho-papão de debaixo da minha cama à uma fada desconhecida”?
Você já acostumou com seu bicho-papão, ele já se tornou inofensivo então, você segue com ele…
Analise e veja se você não está mantendo esse relacionamento dentro de você.
É preciso real disposição para desapegar e não insista mais em quem não insiste em você.
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