Com a morte do papa Francisco confirmada nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entra em um momento histórico: a escolha do novo pontífice.

Esse processo, conhecido como Conclave, é cercado por tradições, regras rígidas e expectativas do mundo inteiro. Mas afinal, quando começa o Conclave? E o que já se sabe sobre os próximos passos da eleição papal?

O que é o Conclave e por que ele é tão importante?

O Conclave é o processo oficial de eleição do novo papa. Ele ocorre dentro do Vaticano e é conduzido exclusivamente pelos cardeais com menos de 80 anos. Esses religiosos, chamados de “cardeais eleitores”, são responsáveis por decidir quem será o próximo líder da Igreja Católica.

Durante o Conclave, os cardeais ficam completamente isolados do mundo exterior. Sem acesso a celulares, internet ou qualquer meio de comunicação, eles se reúnem na Capela Sistina, onde acontecem as votações secretas.

Quando o Conclave pode começar?

Pelas regras atuais do Vaticano, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Portanto, a eleição iniciará entre os dias 6 e 11 de maio de 2025.

No entanto, há uma regra especial criada por Bento XVI em 2013: o Conclave pode começar antes, caso todos os cardeais eleitores já estejam reunidos no Vaticano. Da mesma forma, pode haver adiamento por motivos graves, como problemas logísticos ou de saúde.

Quantos cardeais podem votar?

Atualmente, 135 cardeais têm menos de 80 anos e, portanto, estão aptos a votar na eleição. O Brasil terá sete representantes entre os eleitores:

  • Dom Sérgio da Rocha (Salvador)
  • Dom Jaime Spengler (Porto Alegre)
  • Dom Odilo Scherer (São Paulo)
  • Dom Orani Tempesta (Rio de Janeiro)
  • Dom Paulo Cezar Costa (Brasília)
  • Dom João Braz de Aviz (Brasília)
  • Dom Leonardo Steiner (Manaus)

Esses religiosos farão parte do grupo responsável por definir o próximo papa e, com isso, influenciar o futuro da Igreja Católica no mundo.

Como funciona a votação?

As votações são realizadas de forma sigilosa e manual. A cada dia, os cardeais podem votar até quatro vezes — duas pela manhã e duas à tarde. Para que um cardeal seja eleito, ele precisa obter dois terços dos votos.

Se após três dias não houver um nome eleito, os cardeais fazem uma pausa para orações. Caso não cheguem a um consenso após várias rodadas, um segundo turno é realizado entre os dois mais votados. Mesmo assim, o vencedor só é confirmado se atingir a maioria qualificada.

Durante o processo, a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o andamento da eleição:

  • Fumaça preta: nenhum nome foi escolhido.
  • Fumaça branca: o novo papa foi eleito.

Quando saberemos quem será o novo papa?

Apesar de o Conclave poder durar dias ou até semanas, as últimas eleições foram rápidas. Em 2013, o papa Francisco foi escolhido em apenas dois dias. O mesmo aconteceu em 2005, com Bento XVI.

No entanto, a duração pode variar dependendo da complexidade do momento e da diversidade de opiniões entre os cardeais.

O que acontece enquanto o Conclave não começa?

Enquanto o Conclave não se inicia, a Igreja entra em um período chamado de “sé vacante”, ou seja, “sede vazia”. Nesse intervalo, o poder administrativo da Santa Sé é assumido por um grupo de cardeais liderado pelo chamado Camerlengo, que coordena as atividades até a eleição do novo papa.

Além disso, funerais, cerimônias solenes e reuniões do Colégio dos Cardeais marcam esses dias de transição. A cobertura da imprensa mundial também se intensifica, com credenciais prorrogadas até o fim de maio para jornalistas no Vaticano.

O mundo está atento aos próximos passos da Igreja Católica. A expectativa pelo novo papa cresce a cada dia, e o Conclave promete ser um dos eventos mais acompanhados de 2025. Resta saber quem será o escolhido para liderar a fé de mais de 1 bilhão de católicos pelo mundo.

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