Quando você acredita que o outro está estranho com você você fica estranho também.
As atitudes e o posicionamento do outro em relação a nós, muitas vezes, condiciona o nosso comportamento.
Nós somos o resultado das nossas interações e das escolhas que fazemos e, o modo como acreditamos que alguém nos vê, molda a forma como interagimos com ele.
Se por alguma razão, mesmo que, muitas vezes, seja fruto apenas da nossa imaginação, acreditarmos em nosso íntimo, que alguém mudou o seu comportamento em relação à nós, nós quase que, automaticamente, mudamos a nossa postura com esse alguém também.
Muitas vezes, achamos mais fácil alterar a forma como tratamos ou nos posicionamos frente à situação que nos causa incomodo, do que esclarecer uma pequena confusão!
E sem intensão, acabamo gerando uma bola de neve.
Há um arrastar de mal entendidos que são gerados num vazio que perambula as nossas próprias interpretações que nos leva a ações sem uma real fundamentação, frutos de achismos, e julgamentos, que nascem das nossas sombras negligenciadas e que acabam por minar as nossas relações.
Quando acreditamos que alguém está agindo estranho conosco, a nossa base de confiança sofre uma alteração, e quanto mais alimentamos esses pensamentos, mais difícil se torna sair dessa confusão interior.
O mais simples e correto seria tentar esclarecer as coisas.
Nunca terminar um dia, uma semana ou um ciclo sem que tudo seja esclarecido para que não fiquem assuntos pendentes que possam causar sérias magoas no futuro.
Somos seres humanos, mutáveis e se desejamos que os outros nos compreendam, devemos também nos colocar dispostos a entender as mudanças que ocorrem, vez ou outra, neles.
O nosso humor e estado de espírito não é constante e temos que ter consciência que o nosso comportamento pode influenciar os outros.
Devemos sempre que possível tentar separar o fato, da nossa interpretação do fato.
O nosso estado interno não é responsabilidade do outro, pelo contrário, é de nosso extrema responsabilidade. E o outro deve se responsabilizar apenas pela sua própria vida, e não, pelo modo como a gente se sente em relação a vida dele.
O outro tem o direito de mudar, de estar bem em um dia, e no dia seguinte não estar. Como nós também temos esse direito.
Devemos permitir que as pessoas sejam o que elas desejam ser. E parar de exigir que elas se comportem de determinada maneira simplesmente para nos fazer feliz. É um cuidado que devemos ter para não engrandecer e arrastar situações desnecessárias.
O outro não está estranho! Ele simplesmente não estará sempre disposto a agir da forma como você quer que ele haja!
Compreenda e o aceite como ele é, para que ele se sinta bem ao seu lado, mesmo nos momentos onde ele não se sente bem nem com ele mesmo.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com
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