Quanto tempo mais você continuará com depressão?
Por Valeria Sabater
Muitas pessoas com depressão pensam que nunca serão capazes de superar isso. Mas isso não é totalmente verdade.
O tempo que leva para esse distúrbio psicológico ceder depende de quatro fatores. Nós os analisamos.
Pergunte a si mesmo: Quanto tempo vou ficar com depressão?
Muitas pessoas fazem essa pergunta com certo desespero. Em que momento poderei recuperar o controle, as ilusões e o desejo de assumir novos desafios?
Os transtornos de humor costumam ser vividos como se estivéssemos presos em uma sala escura.
Vislumbrar alguma luz é como uma esperança que nunca chega.
Uma coisa que devemos entender é que nem todas as depressões são iguais.
Existem, por exemplo, aquelas pequenas depressões que definem os transtornos afetivos sazonais.
Temos depressões bipolares, uma condição mais grave definida por mudanças extremas de humor. E existem aquelas realidades mais complexas e persistentes, como a depressão grave.
Nem todo mundo experimenta a depressão da mesma maneira ou lida com ela da mesma maneira.
Algumas pessoas nunca pedem ajuda profissional e caem em um estado de desgaste progressivo e altamente perigoso. Estamos, por sua vez, com pacientes resistentes.
Pessoas que apresentam sintomas residuais e que nunca se sentem completamente livres dessa condição mental.
Isso significa que as depressões raramente desaparecem? Em absoluto.
Essas doenças são tratadas com eficácia, podem ser curadas e muitas pessoas conseguem recuperar sua qualidade de vida de maneira eficaz.
No entanto, sim, existem nuances e aspectos que devem ser conhecidos.
O tempo que uma pessoa leva para superar uma depressão é relativo e depende de vários fatores. Nós os analisamos.
Quatro chaves
É muito comum um paciente com depressão ficar ansioso para saber quando se recuperará.
Isso, na verdade, é algo comum em muitas realidades de nossa vida.
Saber quanto tempo leva para curar um resfriado, quanto tempo um osso quebrado para se unir ou quantas semanas de convalescença precisaremos após uma intervenção cirúrgica é algo comum em todos nós.
Saber disso nos oferece não apenas esperança, mas também um senso de controle.
Entretanto, há um detalhe que devemos entender sobre as condições psicológicas em geral.
A depressão não é uma doença comum, é um transtorno mental.
O que significa isto?
Que não estamos diante de uma alteração que pode ser diagnosticada com um exame de sangue.
O mesmo vale para ansiedade, fobias ou transtornos obsessivo-compulsivos.
Cada pessoa é um mundo e cada mundo tem suas condições.
Estamos diante de uma dimensão multifatorial complexa, cuja cura depende de vários aspectos . São os seguintes.
Detecção precoce e com tratamentos corretos: entre 3 e 8 meses
Digamos que temos um paciente com diagnóstico de depressão após perder um ente querido.
Essas situações são muito comuns; porém, com o diagnóstico precoce e uma assistência terapêutica confiável, correta e bem aplicada, melhora-se após três meses.
É importante ressaltar aqui a relevância de receber uma boa terapia em todos os casos.
Às vezes, cair nas mãos de maus profissionais ou receber abordagens terapêuticas não confiáveis resulta no oposto: a depressão piora.
Da mesma forma, um detalhe deve ser observado: embora psicotrópicos possam ser prescritos, é essencial em todos os casos o atendimento psicológico. Caso contrário, os sintomas persistirão.
O tipo de depressão marca o tempo de recuperação
Um transtorno afetivo sazonal pode melhorar em pouco mais de um mês.
O mesmo vale para um episódio depressivo leve.
Agora, a depressão associada ao transtorno bipolar exigirá tratamento crônico, embora a melhora seja evidente e a pessoa consiga levar uma boa qualidade de vida.
No entanto, os maiores desafios estão na depressão maior ou no transtorno depressivo persistente.
Nestes casos, podemos ter pacientes que precisam de terapia por 8 meses, 2 anos ou mais.
Além disso, as recaídas são muito comuns.
Por outro lado, existem situações ainda mais complicadas, como depressões resistentes.
Estudos como os do Dr. James Paul Pandarak, da University of London, indicam que nesses casos é necessário continuar oferecendo novos tratamentos ao paciente.
Além disso, verificou-se que neste último tipo de depressão há melhorias claras com a técnica de neuromodulação.
Com isso queremos dizer o seguinte.
Se nos perguntarmos por quanto tempo ficarei com depressão, a resposta sempre depende do tipo que sofremos.
Há aqueles que são superados muito mais cedo e outros que requerem mais tempo e para encontrar o tratamento que melhor nos convém.
O problema de não pedir ajuda ou abandonar o tratamento
Uma boa parte das pessoas com depressão grave que vão à terapia têm dificuldade em ver sua própria melhora.
Isso acontece especialmente nos estágios iniciais.
Não importa que uma semana ela já consiga se vestir e ir às compras.
Nem começam a recuperar o contato social.
Uma pessoa com depressão interpreta o mundo por meio do negativismo e do desamparo. Isso torna as desistências frequentes.
Há também outro fato: nem todo mundo pede ajuda. Nem todo mundo entende o que acontece com eles.
Eles podem ir para a atenção básica pedindo algo para dormir, alguma coisa para dores musculares … Porém, a dor de vida que essa condição produz só pode ser tratada em terapia e se não for feito, essa realidade pode durar anos ou ter um desfecho fatal.
Para terminar. Estamos diante de uma entidade clínica em ascensão e da qual ainda não temos plena consciência.
A saúde mental é tão importante quanto qualquer outra, cuidar dela deve ser mais um pilar de nossa sociedade de bem-estar.
Pedir ajuda quando precisarmos garantirá uma recuperação mais rápida.
*Com informações LMM..*Foto de Fernando @cferdo no Unsplash
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