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Quem se vitimiza acredita que todos estão errados, menos ela!

A vitimização te afunda e te fere mais do que as dores que a vida impõe. Quem se vitimiza, acredita que todos estão errados, menos ela, e com essa atitude, faz questão de não aprender as lições que a vida envia.

Esse comportamento “teimoso”, acaba irritando a vida, que não tem dó de ninguém não.

Ao mesmo tempo que ela é leve para aqueles que aceitam aprender com ela, a vida pode ser severa e impiedosa com aqueles que reclamam de tudo e se fecham para os aprendizados que estão impregnados em cada experiência. E talvez seja por isso que, quem se vitimiza, acaba recebendo de volta mais e mais daquilo que tanto reclama.

Está tudo certo se sentir triste de vez em quando. Principalmente quando somos humilhados, ou deixados de lado como se ninguém se importasse de fato conosco.

É normal, nesses e em muitos outros casos, sentir aquela tristeza profunda, que deixa o coração apertado, e os olhos cheios de lágrimas.

Mas o problema começa a ficar bem mais complicado quando nos entregamos a vitimização e mergulhamos em um sentimento de desamparo, desamor e desvalia.

Quando fazemos isso, nossa alma parece até que nos abandona, a gente sente um completo vazio, que passa a nos ferir, nos levando a enxergar a situação vivida de uma forma muito pior do que ela realmente é. E passamos a “procurar pêlo em ovo”.

Esse é realmente, um padrão de comportamento preocupante.

A tristeza chega de mansinho para nos alertar! Ela nos visita sempre que sentimos que não estamos sendo valorizados, ou quando temos a sensação de que estão nos deixando de lado, sempre que algo nos contraria e que nos faz sentir que não somos tão importantes, ou tão queridos como gostaríamos.

Sempre que desejamos algo com todo o nosso coração e vemos os nossos desejos não realizados, nos sentimos frustrados.

Então a tristeza nos visita com frequência para nos lembrar que não existem “os outros”, mesmo que exista entre nós uma dependência clara e óbvia, pois eu me vejo no outro e o outro se vê em mim como em um espelho, todos somos uma só consciência.

Somos interconectados!

Quando fazemos mal a alguém, esse mal retorna não apenas por conta de uma lei do retorno, mas porque isso que julgamos mau, não está fora de nós, está dentro, não está no outro, e não dá para fugir de algo que está dentro de nós, concordam?

O mal que achamos que está no outro também está em nós e quando nos vitimizamos estamos propagando e exteriorizando esse mal estar que se multiplica e contagia tudo a nossa volta.

Se algo não saiu como o planejado, se as nossas expectativas não foram atendidas, não há o que se lamentar, nem temos tempo para isso. Ainda há muito a ser feito, e a primeira coisa a se fazer, é se perguntar: Qual o próximo passo?

Aquele que se vitimiza e coloca a culpa no outro

A empatia nos deixa um pouco cabisbaixos quando não sabemos lidar com ela, pois conseguimos sentir a dor do outro. E tudo acaba se tornando uma coisa só. Precisamos aprender a separar “o joio do trigo”.

No meu caso, quando estou triste, sinto uma forte dor no coração. A sensação é que meu coração vai ficando tão apertado, mas tão apertado que chega a diminuir de tamanho.

As lágrimas simplesmente rolam soltas, e nesse momento, eu sei que o meu coração tá querendo me dizer muita coisa, e nesse momento eu sei que preciso parar, respirar e escutar.

Há alguns anos atrás eu não me permitia fazer isso, eu simplesmente caia na vitimização. Reclamava para que Deus e todo mundo sentisse piedade de mim.

Hoje, quando a tristeza me pega de jeito, eu sento com ela para conversar, e me permito chorar ao seu lado.

E ela me diz com muito amor que eu sou importante sim, que eu sou uma guerreira e que só eu sei tudo o que eu passei. Bondosa, vai descrevendo toda a minha trajetória, na tentativa de me convencer de que preciso dar valor há tudo que já superei nessa vida. Olha só que lindo, ela acaba me pedindo para que eu me dê valor!

Há alguns anos atrás eu me sentia vítima das situações da vida, eu lamentava muito, perguntava para Deus o motivo de tudo acabar desabando na minha cabeça.

Queria saber o por quê eu precisava passar por tantas humilhações.

Olhava para os meus filhos e me sentia tão desamparada!

Olhava para todos os lados e me via sozinha para criá-los, sozinha para sustentá-los, não encontrava saída e acreditava que não tinha a quem recorrer.

“Era só eu e Deus”, eu pensava.

Eu precisava ser a chefe da casa. E eu me cobrava tanto!

Precisava ser forte, e acreditava que não podia mostrar para os meus filhos toda a minha vulnerabilidade e as dificuldades que eu estava enfrentando.

Era tão triste! Era bem pesado!

E era triste e pesado porque eu me vitimizava, assim que parei com essa manha toda e encarei a vida de frente, as coisas começaram a aliviar para o meu lado, não que tenham ficado fáceis, eu é que fiquei mais forte.

Hoje, depois de muito chão, eu consigo me sentir forte mesmo quando eu estou chorando!

Eu sinto as lágrimas caírem, mas não sinto pena de mim, porque hoje sei quem sou.

Hoje sei do que eu sou capaz!

Olho para o passado com gratidão e honro toda a minha caminhada, que não foi fácil e nem glamourosa. E mesmo chorando, o que me vem a cabeça é a mulher que enfrentou tudo de frente, e que hoje é bem melhor do que já foi um dia!

Mesmo chorando, valido as minhas conquistas, sinto a minha garra, percebo a minha força de vontade e, sobretudo, a minha lealdade e gratidão as pessoas que me ajudam e ajudaram.

Antes, eu me questionava muito, me perguntava o que eu teria feito de tão errado para merecer tantas pancadas da vida. E não percebia que ao fazer esses questionamentos, eu estava me ferindo ainda mais, nesse vislumbre de vitimização inconsciente.

Quando percebi que fazia isso, passei a me envergonhar desse comportamento um tanto quanto infantil e simplesmente me calei. Mas me calei demais.

Fui de um ponto ao outro, de forma extrema, e comecei a aceitar tudo o que impunham a mim, calada. Completamente calada.

E com o passar do tempo, nem eu mesma me reconhecia mais.

Eu não conseguia falar o que eu estava sentindo, eu não conseguia fazer um pedido…

Pasmem, eu não conseguia mais pedir ajuda, porque sempre que eu me escutava pedindo, eu enxergava como fraqueza, como seu estivesse me vitimizando.

Hoje vejo como eu estava equivocada.

A tristeza continua me visitando, mas de uma maneira mais acolhedora! Na maioria das vezes eu nem sei quem acolhe quem, se sou eu quem a acolhe ou se é ela, só sei que ela me ensinou com muito amor que um pedido não é uma vitimização, é apenas uma demonstração de humildade.

Posto isso, tive que reconhecer a minha arrogância em permanecer em silêncio por tanto tempo.

E parece até que estou sendo muito dura comigo dizendo que estava sendo arrogante, mas não, não estou, a arrogância não é privilégio das pessoas extremamente más e insensíveis. Muitas pessoas, como eu, extremamente empáticas e sensíveis, são, de quando em vez, extremamente arrogantes, e nem percebem.

Esse era o meu caso real.

Eu me calei para não me vitimizar, para não cair no padrão de vitimização que eu segui durante boa parte da minha vida, porque entendi que eu devia me responsabilizar por tudo. Mas a vida me ensinou a encontrar o meio termo e adoçar as palavras para poder fazer um pedido.

Percebi que só através da autorresponsabilidade eu conseguiria me colocar a serviço com amor. Porém não era só isso que a tristeza vinha me pedindo, mas eu não estava tão atenta aos sinais para perceber isso.

O que ela queria me dizer era que eu podia sim chorar, que a minha natureza pede para que eu desague. E está tudo bem!

Depois de um tempo recebendo a visita da tristeza e aproveitando a sua companhia, hoje não lamento mais, nem me agrido com inúmeros porquês, simplesmente entendo e aceito que nem sempre as coisas acontecerão como eu gostaria.

Hoje consigo me deitar sobre o aprendizado e me permitir chorar, sem a vitimização que leva a descrença, apenas absorvendo o aprendizado.

Essa é forma que encontrei de me resgatar, de purificar os pensamentos, e de me acolher.

Choro porque toda vez que as lágrimas brotam, eu sinto o amor pulsar em meu coração de novo. E entendo que nada é em vão.

Percebo que ainda sou tão pequena e preciso aprender tanto que chorar é a minha maneira de mostrar a Deus a minha humildade, e de dizer:

Eu aceito!

Não choro nunca maldizendo a vida, choro para limpar a minha alma da dor que me invade.

Choro para mostrar a Deus que eu sinto muito, e para mostrar para mim a minha vulnerabilidade frente a tudo que não posso controlar nem mudar.

Sem revoltas, sem mágoas, sem amarguras. Simplesmente entendi que preciso de vez em quando, trocar as águas dentro de mim, movimentar, deixar fluir, para que não fiquem paradas aqui dentro.

Sou tão grata a Deus por tantas lições aprendidas, fico tão feliz por ter me permitido aprender e vivenciar as experiências com todo o meu amor.

Fico feliz em ver a pessoa que me tornei.

Essa pessoa que não é capaz de fazer mal a ninguém. Que deseja o bem até para quem nem me percebe.

Essa sou eu. E eu gosto muito de mim. A ponto de chorar o quanto precisar até que as lágrimas possam limpar todos os pensamentos que tentam me agredir.

Eu não sou esses pensamentos que me diminuem e me colocam como vitima de qualquer coisa.

Eu sou um veículo, um fio condutor que trabalha a serviço de Jesus, sobre o comando de Deus.

Eu posso ser apenas uma gota em um vasto oceano, mas sem essa gota, não existiria oceano.

Não sou mais e nem menos do que ninguém. Mas as minhas lágrimas me dizem:

“Você é a única luz que você precisa.”

E eu me ilumino, com disciplina, amor, resiliência, fé e muita compaixão por aqueles que ainda precisam ferir, que ainda precisam humilham, que ainda precisam excluir para se sentirem mais importantes e superiores.

O sofrimento sempre me visitará nessas situações, mas hoje, mais madura, sei como voltar a um belo estado de ser. Sei como me pegar no colo e me acolher.

Sei como tecer uma compreensão profunda sobre os ensinamentos de Deus e já antevejo as lições, como se tivesse o dom de antecipar o futuro.

Sentindo as batidas do meu coração, sigo em frente e só aceito!

Aceito as suas lições, Deus!

Aceito que não existe perfeição nesse mundo, e que estamos todos tendo que rever muitos comportamentos vindos da nossa ignorância.

Eu aceito o que VOCÊ quer porque é sempre o melhor.

E sei que quando você me vê chorando, você entende que as minhas lágrimas lavaram a minha arrogância, secaram o padrão de vitimização, e são apenas a minha forma de dizer:

“Eu te amo e aceito o que vier!”

É chorando que me refaço em um passe de mágica, a minha luz fica mais intensa, o meu amor transborda, e percebo que as lágrimas são na verdade, um transbordar de amor em mim, pois ele já não cabe aqui dentro, e sai lavando tudo.

Nenhuma privação de nenhuma natureza vai me fazer reclamar de coisa alguma, eu só continuarei trabalhando e dando o meu melhor porque eu sei que é isso que eu preciso fazer.

Sei que vocÊ está vendo todo o meu esforço! E me sinto amada por você!

Sei que vocÊ me conhece mais do que ninguém, e só você consegue ver o que se passa aqui dentro de mim! Você sabe o tamanho do meu amor.

Chegará o dia em que esse amor alcançará o mundo!

Por enquanto, sigo juntando as minhas forças e acordando todos os dias disposta ao trabalho que me propus a desempenhar.

É nas lições que eu recebo em cada insight, em cada inspiração, é na intuição que me guia, que eu me fortaleço.

Sou forte para criar dois filhos, e sou forte para aceitar o que eu não consigo mudar ainda.

Não importa como eu gostaria que fosse. Todos sabem que eu gostaria de dar a eles mais e mais. Mas honro as lições, e acolho todas elas!

O melhor sempre acontece!

Você nunca me desamparou e agora que te sinto cada vez mais perto, aqui dentro e em tudo, choro me perguntando se mereço tanto amor assim!

Desconecto as lágrimas da tristeza, e quando faço isso, ela sorri para mim, vira as costas e vai embora! Eu sorrio de volta, com a alma lavada, e com a consciência tranquila de que eu dei o meu melhor, até nessa conversa sincera com a tristeza.

Dei o meu máximo, e a prova disso é que conseguir fazê-la sorrir para mim.

Nunca mais me deixo jogada em um canto. Eu me pego no colo, oro, acendo uma vela, me agarro a esperança de que dias melhores virão, abro um sorriso lindo para os meus filhos e sigo em frente.

Não é uma questão de ser inabalável e forte como uma rocha, mas sim, se permitir derreter como um gelo, penetrar no solo fértil, nutrir as raízes, e retornar como uma árvore cheia de frutos, capaz de proporcionar uma sombra gostosa pra todos.

E o meu sorriso é o antidoto para que, mesmo com todas as provações, eu termine meus dias com a consciência tranquila de que meus esforços não estão sendo desperdiçados por mim, porque existe um propósito, uma missão que contempla todos os meus valores, e com esse belo pensamento que sigo…

O grande segredo de quem não para a vida com dramalhões e nem se vitimiza, está no seu poder de se reconstruir, e esse poder está na sua forma de pensar. Pensando que tudo acontece para o melhor, e agarrada aos meus valores, consigo valorizar cada centímetro que cresci, tudo o que superei até aqui, e todas as batalhas diárias que ainda tenho que vencer.

E quando olho para tudo isso, consigo vislumbrar e desfrutar de uma vida mais leve e feliz.

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Iara Fonseca

Jornalista, escritora, editora chefe e criadora de conteúdo dos portais RESILIÊNCIA HUMANA, SEU AMIGO GURU e HOMEM NA PRÁTICA. Neurocoaching e Mestre em Tarot. Para contratação de criação de conteúdo, agendamento de consultas e atendimentos online entrem em contato por direct no Instagram @escritoraiarafonseca .

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