Quero nós dois juntos e cheios de imperfeições. Quero “agente” errado mesmo, até porque juntos, a gente se conserta, entende. Quero a gente com medo, e seremos medrosos juntos. Teus pais não foram muito com a minha cara. Nosso primeiro beijo não foi lá dos melhores – batemos dente com dente. Nossas primeiras palavras – ditas para o outro – pareciam ter pulado de nossas bocas em outro idioma ainda não estudado. Mas eu te queria mesmo assim. Com o português errado, ou o beijo salgado.
Não foi amor à primeira vista, foi mais para; Como eu nunca havia reparado naquele sorriso á primeira vista, entende? Não? Eu sei. Eu também não entendo. Nunca entendi essa vontade imensa de estar ao teu lado por todos os instantes em que teus olhos pareciam gritar, fica. Nunca entendi o porquê do meu coração bater tão rápido quando escuto a tua voz do outro lado da rua. Nunca entendi o sentido de amar alguém, antes de te conhecer. Nunca entendi o valor e a importância em dividir o açaí.
Mas aí você apareceu em minha vida como quem acabou de sair de um filme do Nicholas Sparks. Me disse um bom-dia-qualquer-coisa, e eu já queria me calar todo em você. Queria casar contigo ali mesmo. Queria dois filhos morenos, e uma casa no campo no interior de Recife.
– Gostei do seu sorriso.
Eu disse.
E você me respondeu sorrindo com os olhos. Perguntou meu nome, e a nossa afinidade veio como borboletas no estômago.
Tuas histórias. Minhas gargalhadas. Teus sorrisos de canto de boca. Minha felicidade louca.
E ali, naquele canto da cidade, eu já sabia que queria “agente junto”, mesmo que fosse errado.
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