PONTO DE VISTA: CONFIE EM DEUS EM TEMPOS DE PROVAÇÃO
Buscai diligentemente, orai sempre e sede crentes; e todas as coisas contribuirão para o vosso bem. D&C 90:24
Uma das perguntas mais frequentemente feitas neste mundo sobre Deus é: “Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas?”; “Por que Deus deixou isso acontecer comigo?” É uma pergunta que tem estado conosco, mesmo lá atrás no Velho Testamento.
Depois que os filhos de Israel chegaram a terra prometida, eles ainda continuaram na adoração de falsos deuses. Um povo chamado de midianitas subiu contra as tribos de Israel e trouxeram muita miséria. Por um período de sete longos anos eles vinham como gafanhotos na época da colheita nas terras dos israelitas e levavam embora todas as safras de grãos. As pessoas estavam morrendo de fome, e clamaram ao Senhor (ver Juízes 6:1).
Um líder israelita poderoso chamado Gideão estava malhando o trigo num lugar secreto quando um evento incrível ocorreu. Um mensageiro de Deus apareceu.
“Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é contigo, homem valoroso”
“Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou, e nos deu na mão dos midianitas.”
“Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás Israel da mão dos midianitas; porventura não te enviei eu?” (Juízes 6:12-14)
Gideão não conseguia compreender as palavras calmantes do anjo declarando que o Senhor estava com ele enquanto todas as pessoas à sua volta estavam sofrendo. Ele fez a velha pergunta a Deus: “se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio?”
POR QUE DEUS DEIXOU ISSO ACONTECER COMIGO?
Às vezes nós ponderamos em nossos corações perguntas semelhantes quando sentimos as palavras calmantes de Deus e lemos as promessas do Senhor para os fiéis, mas em toda volta existem provações e dor. Exigimos que Deus preste contas quando as coisas estão indo mal em nossas vidas, mas raramente exigimos uma prestação de contas de Deus para todas as coisas boas que acontecem.
Salmos 34:19 diz: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”.
Se estamos seguindo o padrão do Deus vivo pelas escrituras, temos de admitir que a adversidade não é um guia desconhecido. Se esta vida é uma escola do aprendizado, e a adversidade um dos maiores professores, todos nós podemos planejar passar algum tempo com este instrutor particular.
C. S. Lewis (1898-1963) forneceu uma visão incrível sobre a capacidade da dor trazer-nos para mais perto de Deus: “Mas a dor insiste em ser atendida. Deus nos sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas brama em nossas dores: é o seu megafone para despertar um mundo surdo” (The Problem of Pain [1940]).
Presidente James E. Faust (1920-2007), da Primeira Presidência, disse: “Em cada vida vem os dolorosos e desesperadores dias de adversidade e as bofetadas. Parece haver uma medida cheia de angústia, tristeza e desgosto para todos, incluindo aqueles que buscam fazer o certo e serem fiéis. … Para alguns, o fogo refinador provoca uma perda de crença e fé em Deus, mas aqueles com perspectiva eterna entendem que tal refinamento é parte do processo de perfeição” (“The Refiner’s Fire“, Ensign, maio de 1979, pg. 54).
Uma das partes mais difíceis de um teste de resistência é evitar a tentação de comparar nossas vidas com as dos outros. No meio da adversidade, pode parecer que só estamos sofrendo. Todo mundo está indo de maneira alegre, sendo abençoado por Deus e apreciando a vida. A amargura e a inveja podem chegar em breve, e por isso temos de ser cautelosos.
Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “A inveja é um erro que perdura. É óbvio que ficamos um pouco tristes quando sofremos revezes, mas a inveja nos faz sofrer por tudo de bom que acontece com todo mundo que conhecemos! Que “brilhante” ideia seria beber um copo de vinagre toda vez que alguém a nosso redor tivesse um momento de alegria!” (“Os Trabalhadores da Vinha“, Conferência de Abril de 2012).
Para algumas pessoas, a adversidade pode criar tanta amargura que elas não querem mais nada com Deus. Elas se cansaram de um Deus que permite tal sofrimento. Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “Se nos distanciarmos do reino de Deus durante uma prova de fé, será como sair da segurança de um abrigo contra tempestade justamente quando aparece um tornado”. (“Prova de Vossa Fé“, Conferência de Outubro de 2012).
Sobreviver a uma provação com sucesso tem tudo a ver com confiança. Será que realmente acredito que Deus está fazendo o que é melhor para nós, mesmo que o mundo que nos rodeia esteja caindo aos pedaços? “Buscai diligentemente, orai sempre e sede crentes; e todas as coisas contribuirão para o vosso bem, se andardes retamente e vos lembrardes do convênio que fizestes uns com os outros.” (D&C 90:24).
Presidente Dieter F. Uchtdorf da Primeira Presidência disse: “Pode haver alguns dentre vocês que sintam que as trevas os estão envolvendo. Pode ser que se sintam atormentados por preocupações, temores ou dúvidas. Para vocês e para todos nós, repito uma maravilhosa e segura verdade: a luz de Deus é real. Está ao alcance de todos! Dá vida a todas as coisas. Tem o poder de amenizar a dor das feridas mais profundas. Pode ser um bálsamo de cura para a solidão e a enfermidade de nossa alma. Nos sulcos do desespero, ela pode plantar as sementes de uma esperança mais radiante. Pode iluminar os profundos vales do sofrimento. Pode iluminar o caminho a nossa frente e guiar-nos através da noite escura até a promessa de um novo alvorecer”. (“A Esperança da Luz de Deus“, Conferência de Abril de 2013).
A luz de Deus é real. Está ao alcance de todos! Dá vida a todas as coisas. Tem o poder de amenizar a dor das feridas mais profundas. – Presidente Dieter F. Uchtdorf da Primeira Presidência