Estabelecer uma rotina por si só pode até ser bastante simples para o trabalhador comum. Ele acorda e levanta por volta das 6h, sai de casa por volta das 7h, chega ao trabalho entre 8 e 9h, mais tarde encaixa 1h de almoço, sai do trabalho por volta das 19h, chega já no horário do jantar, no máximo se senta no sofá para assistir algo, toma um banho, deita e dorme.
Sabemos, porém, que nos últimos meses muitos pertencentes ou não ao grupo denominado “trabalhador comum” tiveram suas rotinas balançadas pelo isolamento. Desde então, estar em quarentena vem nos forçando a um movimento de reinvenção; novas formas de trabalhar, estudar, lazer. Viver.
E surge o seguinte questionamento: Como estabelecer uma rotina que nos traga mais do que sustento e sobrevivência; que nos agregue valor e qualidade de vida; que nos liberte e não nos prenda; que nos traga felicidade e equilíbrio?
Pois bem, venho me fazendo tal pergunta já há algum tempo. Mais precisamente, desde que entrei na faculdade, tive as aulas transferidas do presencial para o online e, posteriormente, suspensas com recesso adiantado das férias. Assim, tive de mudar minha rotina ao menos três vezes e pude chegar em algumas conclusões e até num belíssimo insight. Que você poderá conferir nos tópicos abaixo. Vamos juntos, juntas?
O que existe é a soma de tudo aquilo que fizer sentido para você. Pode até haver dicas práticas e que servem muito bem como base. Mas ninguém poderá criar a sua lista de tarefas por você. Se inspire sim no que mais te atrai no dia-a-dia das pessoas que você admira. Porém, não pense que copiar tudo vai solucionar a sua vida. Faça testes, invente novos jeitos, misture e troque a ordem das coisas. Crie a sua própria metodologia em cima de tudo isso. Encontre a sua rotina agradável:
Saiba que está tudo bem não estar ou não sair tudo 100% perfeito. Você é um ser humano, não uma máquina. Planejar as coisas não significa que serão seguidas à risca. Mas sim que você sabe o que deve ser feito e pode mediar as situações, caso necessário. É impossível controlar tudo. Não se cobre tanto pelo que deixou para trás no dia de hoje. Pelo contrário, comemore as pequenas vitórias e amanhã terá muito mais energia para continuar em movimento. Leve esta frase como um mantra:
“A vida é sobre planejar tudo, mediar o que der e controlar absolutamente nada”, escreveu Murillo Leal em sua crônica.
Produtividade não é assim tão tangível, palpável, visível quanto se pensa e pode ir muito além das paredes de um escritório, da caixa do trabalho. Não se produz sempre e apenas algo que se pode medir, tocar, ver. Também é possível produzir para a mente e para o coração. Diversão, memórias, ideias e tantas coisas mais. Ações como assistir Netflix, jantar com a família, ler um livro podem e devem ser consideradas super produtivas. Se joga. Yasmim Barroso foi certeira quando tweetou:
Um dos maiores motivos de sofrimento diário das pessoas é o senso de obrigação, de ter que fazer algo e nem sequer pensarem o porquê de tal esforço. Troque “tenho de fazer” por “escolho fazer” e vá mais a fundo, pergunte-se suas razões. Assim, você dá significado às coisas e faz tudo com muito mais vontade. Se não descobrir nenhum bom argumento, foque em soluções para se libertar do que não faz sentido para abrir espaço àquilo que é, de fato, essencial. Cabe aqui uma citação de Marshall B. Rosenberg:
“Quando aconselho ‘Não faça nada que não seja por prazer’, alguns acham que sou radical ou até mesmo louco. Entretanto, acredito sinceramente que uma forma importante de autocompaixão é fazer escolhas motivadas puramente por nosso desejo de melhorar a vida, e não por medo, culpa, vergonha, dever ou obrigação. Quando temos consciência do propósito enriquecedor para a vida que está por trás de uma ação que fazemos, quando a energia da alma que nos motiva é simplesmente a de tornar a vida maravilhosa para nós e para os outros, então até o trabalho duro contém um elemento de prazer”. (Comunicação Não-Violenta, p. 188)
Não caia na armadilha de que cuidar de você é apenas meditação e beauty care regados a gratidão e namastê. Lavar a louça, o banheiro, as roupas. Passar uma vassoura e um pano no chão, na mesa, no fogão, na cômoda. Arrumar o armário, a cama, o escritório. Tirar da geladeira, cortar, temperar, fritar, cozinhar. Etc etc etc. Tudo isso faz parte. Manter o ambiente a sua volta limpo e organizado é mais do que uma obrigação, é um ato de amor. E sim, é se cuidar. Aprendi tal lição com a Ellora Haonne:
Com o Storytelling*, aprendemos que toda boa história possui começo, meio e fim. E que em cada uma das partes ou atos algo específico é narrado ou descrito. Tal estrutura é considerada a versão enxuta da “Jornada do Herói” e é utilizada até por grandes nomes do cinema como Pixar e Hollywood. Aqui, vamos esquecer as personagens heroicas e suas jornadas mirabolantes. E focar em você e no caminho que deseja trilhar do despertar ao deitar.
Ao acordar por você, viver sem pressa e dormir consciente de sua entrega, eu te garanto que no final do dia, da semana, do mês, do ano, da década, da vida você irá ter boas histórias para contar. Construídas desde o micro até tornar-se o macro, pois é a partir dos baby steps que se chega à velhice com a sabedoria de quem viveu bem na própria pele, dentro dos próprios hábitos e habilidades.
E aí? Que história você quer criar no dia de hoje para contar no amanhã? Compartilha comigo suas ideias e dicas de rotina aqui nos comentários.
*Várias das informações sobre Storytelling aqui escritas foram retiradas do Curso online de Escrita Criativa e Storytelling, criado e ministrado por Dimitri Vieira.
Este artigo foi destacado pelos editores do LinkedIn e originalmente publicado em lanabella.webflow.io/
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