São duros os dias em que a gente se sente sozinho.
Muitas vezes por causa de um sentimento confuso que insiste em se apossar do nosso estômago, outras vezes por variáveis externas, incontroláveis por nós. Mas o mais estranho é que esses dias são iguais aos outros.
Sempre caminhamos sozinhos, mas tem dias que essa caminhada incomoda.
Andar sozinho por uma rua arborizada, com a luz do sol atravessando a copa das árvores é ótimo.
Mas, quando nos sentimos só, geralmente estamos caminhando por uma avenida escura, com letreiros de led quebrados e lixo espalhado por todos os lados.
É claro que essas ruas por onde passamos variam e são determinada pelo modo como nos sentimos, como se a cada dia tivéssemos que passar por ruas diferentes.
E é claro que o outro pode sempre ajudar a deixar o caminho mais agradável, mas na maior parte das vezes o outro é apenas um acessório da nossa rua, pois quem realmente determina o cenário somos nós, sozinhos.
E a caminhada não é fácil. Chove bastante, mas dá pra acrescentar um arco-íris no final do dia.
Às vezes, o céu dessas ruas é cinza de um lado e azul do outro, muito comum para quem, assim como eu, vive em versões paralelas.
Por mais escura que seja a rua por onde você caminha hoje, se escolher atravessá-la sem medo, mais rápido ela vai passar e de repente você encontra uma esquina com um bar subterrâneo que está tocando sua música favorita.
O caminho é sempre solitário, por isso é importante estar com as contas acertadas com você mesmo.
Sentir-se sozinho é só um estado de inadequação, porque a verdade é que estamos sempre sozinhos. E quando você entende isso, fica mais fácil transformar a solidão em outra coisa mais útil, como a sensação de ser dono do seu próprio caminho.
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