Saudade de quem gosta de adicionar pessoas à vida, cores ao cinza, tempero à comida!
Ando cansada de gente que engata longas conversas via Whatsapp, na base de emoticons e “kkkk”, e que não consegue dar continuidade a um papo de 10 minutos, olho no olho.
Ando com preguiça de gente previsível, que eu já sei de cor e salteado tudo que vão me falar.
Para sair de casa e rir de piadas sem graça, em papos rasos e copos cheios, com gente tão cheia de nada, fico com meus próprios pensamentos, pelo menos eles me surpreendem, certas vezes!
Cansei de quem diz que vem e não vem, quem diz que quer estar e não está nunca.
Dessas desculpas tão clichês de gente que não tem coragem nem para assumir que quer, nem para assumir que NÃO quer.
Cansei de explicar o óbvio. De tentar compreender o incompreensível. De ter que estar sempre relevando e me adaptando às loucuras dos outros e, no fim das contas, ainda ser taxada de louca.
Se é loucura demonstrar o que sinto, de fato, eu sou! Se é loucura não fazer questão de encaixar-me em nenhum padrão, e ser leal a mim, então, sou louquíssima, confesso. E pretendo continuar a ser!
Tenho pavor de me normalizar. De aprender a viver sem empatia, sem autonomia, sem afeto.
Aprender a seguir o “modelo correto”, a ser amigo quando convém, a chamar de “meu bem” os meus desafetos.
Aprender a dar tapinha nas costas quando a vontade é de voar no pescoço.
Aprender a sorrir e falar baixo quando a vontade é gritar… Realmente não é pra mim.
Saudade de conhecer gente maneira, descomplicada, simples.
Que tem bagagem e boas histórias para contar.
Gente que aprendeu a cair e a levantar, porque VIVEU.
Gente que, então, aprendeu, empiricamente, os prós e os contras de… AMAR.
Gente que se doa; que não tem medo de ensinar, de dividir conhecimento e principalmente, que não tem medo de aprender coisas novas…
Gente que gosta de trocar. De compartilhar, sentimentos, garrafas, ombros amigos, e não só posts no Facebook..
Saudade de gente que curte gente!
Que curte uma boa música, uma leitura nova, desafios! E não somente fotos no Instagram.
Saudade de quem gosta de adicionar pessoas à vida, cores ao cinza, tempero à comida!
Saudade de quem quer add amor ao coração, lembranças… memórias… boas ou não.
Saudade de quem passa sem avisar. Que não liga só pra cobrar satisfação.
Saudade de quem se permite viver offline, de quem não faz as coisas só para postar, de quem não está preocupado com a ostentação.
Saudade daquele tipo de gente que gosta de se apegar, que não teme o curso da vida.
Que ainda gosta de andar de mãos dadas, que enxerga as belezas da jornada e não vive com pressa em terminar a corrida.
Ando com preguiça de gente sempre igual… não me leve a mal.
Mas prefiro ficar na minha.
Mil vezes uma distinta e sincera solidão, à milhares de falsas companhias.
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