Se você sente alguma dor, não permita que ninguém a minimize. Mire seus olhos para dentro de você, e não se preocupe com quem se ocupa em dizer que você está fazendo drama.
Hoje em dia, estamos tão preocupados com o que acontece na vida dos outros e no mundo, que optamos em viver a nossa realidade superficialmente, sem nos aprofundar nas questões internas que não podem ser resolvidas sem que olhemos atentamente para dentro.
Se pararmos para analisar, a tecnologia nos aproximou de pessoas e notícias, mas nos distanciou de nós mesmos.
A preocupação com a vida alheia é tanta, que vira uma espécie de fuga da própria vida. E ao avaliar a dor do outro, o julgamento é sempre o mesmo, porque aos olhos de quem julga, a dor do outro é sempre um drama fácil de ser resolvido.
Vivemos em um mundo que oferece estímulos infinitos e caminhos sem fim. E para onde esses caminhos nos levam?
Para fora de nós. Quase sempre.
E o mundo interior torna-se cada vez mais desconhecido.
Temos muitas coisas para olhar. Tudo é muito atraente, bonito, cheio de luzes e cores aqui do lado de fora.
Acessar os caminhos que levam a cura da dor interna, exige coragem.
Há neblina na estrada. A visão fica turva no início da travessia. Para alguns, o percurso é um tanto quanto desgastante. Tudo é, de certa forma, trabalhoso e difícil.
E quem quer escolher o caminho mais difícil? Ninguém. Ou quase ninguém.
O caminho mais difícil é também o que oferece possibilidades de acesso a lugares esplêndidos.
O caminho difícil quando aceito com resiliência, nos apresenta “trilhas” de cura que nos ajudam a ressignificar muitas de nossas experiências dolorosas.
O espaço interior revela-se como um novo lugar de experiências. E nesse lugar, só uma pessoa pode estar. Você mesmo.
Porém, é no encontro com o outro que esse caminho é trilhado. Só quando convivemos com outras pessoas conseguimos avaliar e medir se estamos conseguindo evoluir e como andam as nossas emoções.
Muitos acreditam que a dor que você diz sentir não passa de um drama de uma pessoa mimada.
Quem te julga não te enxerga por dentro, justamente porque não está dentro de você. E não conhecendo as suas questões internas, como pode afirmar que sua dor é um drama?
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A única pessoa que tem a capacidade de definir o “gênero do filme de sua dor ” é você mesmo. E muitas vezes nem você mesmo sabe.
Porque para conhecer nossas dores, suas origens e seu fim, é preciso olhar para elas. E elas não estão do lado de fora, elas estão aí dentro! Você precisa aprender a acessá-las! Para então, ressignificá-las.
É preciso olhar para dentro de si, com amor e acolhimento.
A jornada para dentro de si mesmo pode ser exigente. Mas a viagem, como tantas outras, nos fará diferentes na chegada.
As paisagens só serão vistas por você mesmo e transformarão a sua existência e o seu por vir para melhor.
Mesmo quem sofre com o julgamento alheio, quem sempre é apontado como dramático e viciado em sofrer, muitas vezes, também peca ao avaliar a dor do outro como sendo menor que a dele.
Portanto, se a dor não é sua, não chame de drama!
Pode até ser um drama.
Mas, ainda que seja, o drama poderá ser tudo. Tudo, menos seu.
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