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Se Deus não é surdo, por que tem pessoas que oram gritando?

Se Deus não é surdo, por que tem pessoas que oram gritando?

Por que tem pessoas que oram gritando se Deus não é surdo? Pois Jesus ensina que não devemos rezar de forma exibicionista, como fazem os hipócritas que gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas, para serem vistos pelos outros.

A Bíblia adverte que os gritos são um descontrole emocional diante de alguma situação.

No entanto, há muito barulho em determinadas igrejas, devido à falta de espiritualidade e do despreparo teológico nos púlpitos.

“Um adversário de grande capacidade intelectual é mais útil à religião que mil adeptos inúteis”. Oskar Pfister

É uma gritaria utilizada por líderes religiosos, que transformam os cultos num espetáculo arrebatador com luzes, músicas, danças, exorcismos, entrevistas com “demônios” e sermões para estimular a culpa e o temor.

E para tanto usam de forma desonesta o método hipnótico e catártico.

Assim, os fiéis fragilizados pelas péssimas condições de vida e pelas doenças são enganados por religiosos inescrupulosos, que associam essa barulheira à cura.

Após o estado de transe vêm a coleta de dízimos e os discursos de apoio à políticos extremistas.

Aliás, os falsos milagres são realizados por charlatões que se aproveitam da pobreza e dos sofrimentos das pessoas que lutam pela sobrevivência.

Atrás disso está a teologia da prosperidade, uma doutrina que atende os anseios da sociedade individualista, onde em primeiro lugar se busca o dinheiro e todas as outras coisas serão realizadas.

Portanto, o pastor e psicanalista Oskar Pfister, que foi amigo íntimo de Freud, alertava que uma religiosidade ligada ao medo e a angústia afetaria os indivíduos no mais profundo do seu inconsciente.

As atitudes de Cristo foram compreendidas por Pfister, como atitudes terapêuticas, depois que se aprofundou na psicanálise para compreender as manifestações psíquicas, que supunham a possibilidade de acolher transferências, inclusive aquelas massivas, que pediam por gratificações ilimitadas.

O fato é que, o grito é dispensável e o espetáculo das igrejas, é apenas um chamariz para ganhar adéptos sofredores que se impressionam com a apresentação orquestrada.

*DA REDAÇÃO RH. A responsabilidade da autoria é do psicanalista Jackson Cesar Buonocore. Foto de Ismael Paramo na Unsplash

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Jackson César Buonocore

Sociólogo e Psicanalista

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