Se for realmente importante para você, alguém será contra. Quando decidimos investir uma boa dose de tempo, energia e dinheiro para realizar um desejo, sempre haverá alguém para questionar a legitimidade do nosso projeto. “Mas vale a pena mesmo?” “Você não está perdendo tempo?” “Você não está se dispersando do principal?”
Pela lógica utilitarista não há sentido alguém querer aprender a tocar um instrumento musical ou um idioma pelo simples prazer de saber.
Se não houver um propósito prático, objetivo, como receber uma promoção na empresa, ganhar mais status, servir aos familiares, não há importância.
Entende-se por principal pagar as contas no final do mês e realizar as metas que a maioria das pessoas passa a vida tentando realizar.
Diante de um post nas redes sociais que mostra um casamento, o nascimento de um bebê ou a conquista de um emprego numa grande empresa, inúmeros likes e corações surgem, alguns seguidos por comentários gentis.
Animais de estimação e comidas caseiras também conquistam muitos likes e corações porque fazem parte do imaginário coletivo de uma vida feliz.
Afinal de contas, quem não gosta de um cheirinho de bolo assando ou de ser acarinhado por seu pet ao chegar em casa depois de um dia exaustivo?
Quando alguém decide casar, ter um filho, lutar por uma boa vaga numa grande empresa, adotar ou comprar um filhote, fazer um almoço para toda a família no domingo, dificilmente será questionado.
Mas se alguém decide deixar um emprego estável para se lançar numa carreira solo ou decide utilizar todas as economias de anos de trabalho viajando pelo mundo, sempre haverá alguém para questionar.
Se alguém opta por um estilo de vida menos convencional que não inclui casamento formal e filhos, se alguém opta por viver a própria vida na maturidade ao invés de cuidar dos netos, sempre haverá alguém para questionar, para dizer que o desejo do outro é supérfluo ou até mesmo ridículo.
Para muitos, é inconcebível uma mulher com 60 anos ou mais se importar com a própria sexualidade, querer investir em seu divertimento e na realização de cursos que não teve tempo de fazer na juventude.
Parece haver algo de “imoral” em alguém que quer ir além do mero cumprimento das obrigações sociais.
A singularidade do desejo alheio pode disparar uma campainha interna:
“O que eu estou fazendo por mim? Por aquilo que mais me importa de verdade?”
Pela lógica utilitarista não há sentido alguém querer aprender a tocar um instrumento musical ou um idioma pelo simples prazer de saber.
Se não houver um proposito prático, objetivo, como receber uma promoção na empresa, ganhar mais status, servir aos familiares, não há importância.
Se for realmente importante para você, faça. Apenas nós mesmos podemos dizer o quanto aquele desejo significa para a nossa vida.
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