Se já existe mais dor do que amor, é hora de dizer adeus. É hora de fazer as malas e partir, quando as palavras não convencem, quando há mais brigas do que carinhos, quando as gentilezas são trocadas por favores, quando há apenas monólogos, quando sair sozinho é mais importante do que ir comerem uma pizza juntos, quando há mais obrigações do que prazeres, quando não há mais cumplicidade e amizade.
Por Simone Gerra
Sabe, eu queria ser uma pessoa que acreditasse em segundas chances, em perdões, em novas possibilidades sem medir muito. Queria ter mais inocência. Queria acreditar mais. Queria ser menos egoísta e menos pé no chão. Queria ter pureza de coração como as crianças. Queria acreditar em promessas. Queria, mas depois que se leva um tapa na cara, é muito improvável não amargar, nem que seja um pouco.
Já escrevi muito sobre traição, desafetos e desenganos, porém não havia confidenciado que sobrevivi a duas traições que me tiraram do eixo. Naquela época tentei entender o porque de tanta humilhação e nenhuma resposta alimentou a minha dor.
A desilusão me abraçou, me amarguei e não deixei me envenenar pela descrença de viver um novo amor, um novo alguém. Ninguém é igual e todo mundo mente um pouco, nem que seja por um instante ou uma vez na vida. Descobri que trastes são trastes e que apenas aquele 1% é que vai se regenerar.
Deixei de ser “bobinha” para ser alguém com mais experiência. Hoje, sou menos vulnerável e mais eu. Me refiz das quedas e concluí que o amor é o que move a minha vida.
Aprendi a viver romances sem idolatrias, porque em um relacionamento, o respeito deve estar acima de qualquer outra atitude ou até mesmo acima do carinho.
Quem respeita é leal, sabe o que quer e não manipula os sentimentos.
Levamos um tempo para aprendermos que homem é homem e traste é traste, que pessoas são pessoas e covardes são covardes. Não é fácil assumir os erros, contar os pecados e admitir os enganos, no entanto é necessário ser mais humano e menos mentiroso.
As pessoas traem, mentem e comentem erros, porém viver um relacionamento de fachada ou por submissão é muita falta de amor próprio.
Não é fácil ser forte, dar uma segunda chance, perdoar e até mesmo recomeçar, isto tudo é quase impossível, mas é necessário quando o amor fala mais alto e grita por um novo alguém.
É muito difícil por um ponto final, terminar um relacionamento de anos, levantar a cabeça e seguir, isto tudo leva muito tempo para equilibrar, mas há sempre um novo horizonte, mesmo se não há caminho.
Vamos passar dias e mais dias tristes, o choro vai ser o melhor acalanto e a saudade vai apertar quando as memórias forem atrás dele. Vamos viver o luto para renascer um novo amor…
É hora de fazer as malas e partir, quando as palavras não convencem, quando há mais brigas do que carinhos, quando as gentilezas são trocadas por favores, quando há apenas monólogos, quando sair sozinho é mais importante do que ir comerem uma pizza juntos, quando há mais obrigações do que prazeres, quando não há mais cumplicidade e amizade.
É hora de dar adeus e partir quando há friezas, indiferenças e tempestades. É hora de ficar sozinho quando não há entendimentos, quando o abraço é esquecido, quando o beijo deixa de existir e quando o coração dói distâncias. Se há dor demais, é hora de dizer adeus.
Talvez ele seja perfeito, ideal para casar e ser pai, mas não foi feito para você. Talvez ele seja o seu sonho, mas você não é o dele.
Talvez ele tenha descoberto que é preciso aproveitar a vida e viver outros romances.
Talvez ele decidiu apenas sair por aí e conhecer outro alguém por ser um traste mesmo. Não é culpa de ninguém, nem sua, nem dele. São as direções da vida que, às vezes, separam para se encontrar em outro coração.
Sobrevivi e venci os contratempos que me apareceram quando estava amando alguém, mas definitivamente não acredito em relacionamentos instáveis e sem entregas.
Se não houver lealdade, não sobreviverá uma vida inteira, porque o amor é transparente e não sobrevive em meio as indiferenças.
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