Se você se lamenta todos os dias pelo que aconteceu é porque essa pessoa tão valiosa que você leva dentro do peito está tentando fazer com que você a escute e deixe-se curar. Se isso acontece é porque ela sabe que, para poder virar a página, você precisa se perdoar e entender que, apesar do que saiu errado, sua intenção foi a melhor e isso também tem seu valor.
Na verdade, você não pode ter esse peso na sua consciência durante muito mais tempo, já que não é bom para você e, além disso, você não merece isso. Lembre-se outra vez de que as consequências de uma ação têm que se materializar, mas não têm que ser eternas.
Você já sofreu o suficiente e, embora não fosse o que você queria, você também ouviu críticas, talvez sentiu um pouco de vergonha e pode até mesmo ter sofrido um julgamento moral derivado dessas atitudes. No entanto, são coisas que têm que acontecer: quando enfrentamos nossas decisões corremos o risco de errar e nem toda a boa vontade do mundo exclui a possibilidade do erro.
A importância da intenção: “Eu apenas queria…”
É verdade que agir com a alma cheia de bondade é subestimado e que algumas pessoas usam a chamada “boa intenção” como escudo para esconder sua covardia ou inventam desculpas que as paralisam. No entanto, outras pessoas realmente se sentem mal porque algo que elas não esperavam aconteceu, pois sua intenção foi dar o melhor.
Ou seja, chegou um ponto em que você se lamenta uma e outra vez por como as coisas aconteceram e esses “eu apenas queria…” ou “não era minha intenção” são frutos de um sentimento de culpa que o oprime desde então. Essas duas frases são o símbolo da frustração de alguém que tentou colocar o coração em algo e, no entanto, saiu com ele aos pedaços.
Você sente uma pressão no peito e um arrependimento, não interessa que a pessoa afetada tenha lhe perdoado e que agora a situação não o machuque tanto, mas sim que a sua moral foi atingida: não tem mais importância pensar que você queria dar o seu melhor e que você gostaria de voltar atrás para mudar as coisas. No entanto, a solução reside em outra direção.
Atreva-se a dar o passo na direção do perdão
A única saída possível se você quiser sair de onde está é perdoar a si mesmo, por isso, se você está convencido de que quer deixar de se sentir mal, você tem que se atrever a fazê-lo. Apenas dessa maneira você conseguirá fazer com que essa preocupação saia da sua cabeça e que tudo seja concluído.
Faz bem que você não se lamente mais por algo que não pode mudar e que já ficou no passado, precisamente porque nas suas boas intenções reside a possibilidade de voltar a começar, de descobrir que ninguém é perfeito, e muito menos você, ainda que gostaríamos que fosse assim.
Ter cometido um erro não lhe converte numa má pessoa, nem um fracasso tem que ser o juiz do restante das emoções que você tem nesses momentos: tenha confiança em si mesmo, valorize-se e mais ocasiões irão surgir para que você demonstre que não é sempre que se perde, mas sim que você às vezes também ganha. Reflita sobre isso: os erros não o definem, mas ajudam convertê-lo em quem você realmente é.
Que dar o melhor de si siga sendo um remédio diário
Para finalizar, vou dizer por que penso que você tem que libertar a sua consciência disso que o está machucando: simplesmente por que acredito que precisamos de pessoas que se deixem guiar por um coração humilde e cheio de bondade, ainda que os resultados não estejam sempre do seu lado.
Precisamos dar o melhor de nós às pessoas que queremos que estejam conosco todos os dias, estar ali se precisam de nossa companhia e dar a mão quando elas precisarem de algum conselho. E se errarmos? Nesse caso poderemos nos perdoar eticamente e seguir vivendo em paz, depois de termos assumido as consequências das nossas atitudes.
É verdade que muitas vezes parece que o que importa realmente não é a intenção, mas sim o que se faz porque definitivamente é o que temos certeza de que é real. Mas às vezes esquecemos que a boa vontade move montanhas e que sem ela não se moveria uma pedra. Por isso, não se castigue mais e dê a si mesmo uma outra oportunidade: não é sempre que você tem que perder.