Se compararmos cada presente, pessoa ou decepção que a vida nos traz com músicas, entenderíamos que, apesar das fases ruins, tudo o que ela quer é que dancemos com ela!

Hoje, eu me peguei um pouco triste por expectativas que eu criei serem jogadas, assim por terra, na minha frente. Devido a isso, passei um tempo refletindo e questionando o que será que a vida quer da gente?

É! Porque, tem dias, que ela nos manda uma canção de presente, daquelas divertidas, alegres e, sem pensar muito, a gente acaba dançando. Noutro dia, manda um love song e viramos a noite dançando essa música como se não houvesse mundo amanhã.

Então, um dia, ela nos envia uma sonata tão triste e melancólica que não conseguimos mexer nem o corpo. Nem as mãos. Nem o pé.

Costumamos ficar tão bravos com a vida por ela ter enviado uma música que não gostamos, que nos faz chorar, que não aceitamos, que nos revoltamos, gritamos e, mesmo que a gente não queira ou aceite, a música continua lá… tocando, tocando, tocando…

Desespero! A música não sai da cabeça assim como aquela dor não sai do coração, assim como aquelas cenas não saem da mente, assim como aquelas palavras não saem da alma.

Daí a gente sofre. Sofre tanto que, demora para percebermos que brigar com a vida ou com sua playlist, é uma batalha sem vencedores.

Demora para compreendermos que ela lá tem seus motivos e, tentar duelar e feri-la, só irá ferir a mim mesma, a mais ninguém!

Então, assim, eu aprendo a ouvir aquela sonata triste e começo a perceber o quanto bela ela é, apesar da minha dor.

Certa vez, ouvi um personagem dessas séries de Tv, dizer que ele não queria viver sem a dor que já sentiu na vida, pois ela o fez ser a pessoa que ele é hoje. Ou seja, meus amores, a dor faz parte da nossa vida, faz parte da nossa trilha sonora.

Não há um momento sequer que eu não queira não sentir essa dor que vai aqui dentro, mas eu a entendo e a aceito. Aceitando-a, eu aprendo a dançá-la.

Dançando, eu me torno uma pessoa feliz. Alguém pronto pra aceitar o que a vida e o Universo propuserem, o ritmo que eles acharem que eu preciso para viver o meu agora.

Não vou sofrer, você aí, não vai sofrer. Pelo contrário, VOCÊ VAI DANÇAR! Mas dançar tão suavemente, tão lindamente e com tanta alma que, em pouco tempo compreenderá que a vida não nos quer mal e muito menos que escutemos músicas ruins, porque ela sabe o que é melhor pra nós. Pode parecer dor agora, mas no amanhã entenderá que foi uma alegria.

Não sofra, não se perca tentando se revoltar com a vida e suas canções. Aceite-a. Dance com ela, mas nunca, eu repito, nunca DEIXE DE DANÇAR!








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.