A paixão, ah, a paixão. Este estado alterado de consciência que faz a gente ver unicórnios onde só tem um burro velho. Que faz a gente acreditar que um “bom dia” é amor para vida inteira. Que nos faz cegos para os defeitos dos outros.
Sim, todos temos defeitos. E se você não for amar ou se apaixonar por isso, está perdido. Entendemos “defeitos” por causa da paixão e isso é bom, senão nossa tolerância seria muito baixa e a humanidade já teria desaparecido.
O problema é quando não conseguimos diferenciar o que é um defeito só e o que é manipulação do outro. É bom saber que alguém nos ama. Faz bem para o ego. E se o ego da criatura for frágil então, pior ainda. Nessas coisas é que acabamos presos, como moscas numa teia se aranha.
Começamos a justificar o pouco que o outro oferece: “ele não me liga porque trabalha muito”, “ela não pode assumir uma relação por causa do ex ciumento” e mais um monte de coisas que, na verdade, são só desculpas. Se alguém quer te ver ou falar com você vai dar um jeito. Isso não depende da agenda e sim do quanto você é ou não prioridade para o outro.
Mas para você ser a prioridade do outro, precisa primeiro ser a sua! Precisa entender quando é algo real ou quando é migalha. Para diferenciar é fácil: é bom? Preenche? É real! Não preenche? Gera falta? É migalha! Assim fugimos dos vampiros que só querem nos roubar a luz e não oferecer nada em troca. Quem cuida da nossa energia é a gente mesmo, mais ninguém. Se você não colocar os seus limites não terá nada além de uma vasta cartilha de desilusões.
Sim, eu sei que é difícil e que no coração ninguém manda, mas precisamos ouvir a nossa razão em muitos momentos da nossa vida. Pode ser que aquele pequeno amor não seja bom agora, que seja um dia. Mas não fique numa história só porque suas emoções assim o querem. Isso é pouco e pode atrapalhar a sua vida toda. Gente é para amar e ser amada. E por pessoas dispostas para isso. Se alguém não está simplesmente fuja, sebo nas canelas.
Com certeza você vai encontrar alguém que te ame e te queira de verdade.
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