Eu não te odeio porque me tornei mais sensível a cada estímulo que recebi. Eu seria feliz se você não tivesse existido, mas eu seria feliz a qualquer inexistência, uma vez que não conhecer alguém de nada me afetaria, mas a questão é que sou ainda mais feliz por ter sido infeliz enquanto você existiu.

Não posso odiar você porque há algo de tão profundo em sobreviver a alguém. De subir degraus e chegar no patamar de poder dizer: você tentou me ver embaixo, mas eu consegui.

Como eu saberia como é estar ao lado de alguém se eu não soubesse como não deve ser estar ao lado de alguém?

Então, olha. Talvez fosse a melhor das melhores sensações pra você saber que além de toda aquela dor de barriga que você me causava, ainda hoje perco o sono e me reviro na cama pensando no quanto te odeio.

Mas a verdade é que não te odeio porque te odiar significaria que você ainda faz parte de mim. Que ainda teria aquele pedacinho de cérebro gastando energia pra pensar na raiva que sinto.

Não.

Não tem como odiar alguém que tanto me ensinou como não deve ser sentir algo, qualquer coisa, ainda que ódio, por alguém.








Paulista. Pisciana. 20 anos de excesso de sentimentos. Nada como um gole de café e uma dose de drama pra passar o dia. Meu bem, eu exagero até nas vírgulas.