Será que uma pessoa tem o poder de roubar a nossa paz?
Vez ou outra ouvimos dizer que alguma circunstância ou uma pessoa roubou a paz de alguém. Mas será possível que, de fato, algo ou alguém tenha mesmo este poder?
A paz é uma dádiva divina que precisa ser cultivada diariamente, não podendo ser somente uma mera opção de estilo de vida, mas uma prioridade de existência a ser fertilizada dia após dia.
Paz não é mercadoria que se compra, não é algo que se rouba, não é favor que se troca, tampouco, que se encontra, se ganha ou se perde, mas uma decisão de cultivo permanente, uma postura diante da vida.
A nossa paz interior é um compromisso, um contrato de responsabilidade que assinamos com a gente mesmo e, ninguém, tem o poder de roubar, a não ser que permitamos.
A vida diária é repleta de turbulências e desafios que existem para mim, para você e para o mundo inteiro, mas quando temos um compromisso inadiável em não somente oferecer morada à paz dentro de nós, mas sobretudo, agregá-la como parte nossa, podemos desnudar o nevoeiro que nos impede de vislumbrar as coisas com mais clareza, maturidade e discernimento para seguirmos mais conscientes e leves diante das tormentas da vida.
Por outras palavras, a mensagem que quero passar nesta reflexão são para pessoas e situações hodiernas em que precisamos nos posicionar, “tirar a munição “de quem porventura queira nos prejudicar, para desenvolvermos estratégias psicossociais de empoderamento.
Em nenhum momento a proposta do texto é alienada nem romantizada acerca das dificuldades da vida. Estas existem sim, mas em muitas situações poderemos sim nos posicionar, estabelecer limites.
A questão principal que o texto trata é o desenvolvimento da fortaleza interior, da resiliência.
É necessário ampliarmos a nossa consciência, contemplando o infinito do firmamento para então compreendermos que nenhuma preocupação nem ninguém deveriam nos subtrair a paz, pois reitero que esta nunca poderá ser roubada.
Há coisas em que uma postura proativa e assertiva pode promover resoluções e mudanças para problemas que vez ou outra se anunciam em nossas vidas como meio de autodesenvolvimento. No entanto, infelizmente, outras não estarão em nosso poder controlá-las, sequer solucioná-las naquele tempo em que desejamos.
Esta não é uma postura de resignação, falta de coragem ou estagnação, mas sabedoria mesmo, pois há coisas que por mais que tentemos resolver, somente causará mais desgaste, “entornando cada vez mais o caldo” e conseqüentemente nos afastando da solução que tanto ansiamos.
Há coisas que somente o tempo será capaz de explicar e de nos fazer compreender posturas e motivações, sendo assim, quando através de um apurado discernimento decidirmos que não há nada a ser feito e que de tudo já se foi tentado, o melhor é aquietarmos o coração, nos lembrando que nenhuma preocupação deveria nos tirar a paz de espirito, a alegria de viver, o seguir da vida com tranqüilidade.
Sempre pensamos que existe legitimidade nas preocupações e nas lamentações, como se a nossa postura desesperada fosse fonte da solução que procuramos para nos levantarmos dos tropeços da vida.
Contudo, quando a situação é “solucionada” de alguma forma- pois na roda da vida tudo é impermanente- poderemos então entender que aquilo que nos pressionava ou preocupava nunca foi resolvido em uma situação de turbulência emocional, pois os melhores “insights” para sairmos de situações desagradáveis vieram exatamente nos momentos de serenidade, de conexão conosco, de autorresponsabilidade.
Uma pessoa não tem o poder de tirar a nossa paz, esse poder, quem concede a ela, somos nós.
*DA REDAÇÃO RH. Foto de Dom Aguiar no Unsplash
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