Na infância, muitos de nossos comportamentos da vida adulta começam a ser delineados. Um comportamento controlador pode ter raiz na infância e aflorar na fase adulta como mecanismo de proteção contra o medo de rejeição. Muitas vezes, pelo medo de perder o outro, a pessoa entra em um mecanismo de controle sufocante, que faz com que as pessoas se afastem. Abrir mão do controle o ajudará a criar laços mais profundos e duradouros e manter relacionamentos mais plenos e saudáveis.
Uma criança que sofreu durante a sua infância as dores do abandono e da rejeição, que sentiu a falta de aceitação e de amor incondicional, em geral, carrega consigo dores e feridas difíceis de serem cicatrizadas.
Pais muito imaturos, desequilibrados ou adoecidos física ou mentalmente não estão preparados para exercer suas funções paternas e maternas, oferecendo a estas crianças um ambiente frágil, com uma grande aura de instabilidade e desamparo.
A criança, em um instinto de sobrevivência, percebe a fragilidade emocional de seus pais e de seu ambiente e passa a cuidar das pessoas de quem deveria receber cuidados.
Esta criança é levada a lidar com situações às quais seu aparelho psíquico não está preparado e esta falta de cuidados e de segurança existencial, pode ser a geradora de um grande sentimento de insegurança, menos valia e medo, um grande medo do outro e da vida.
Através desta avalanche de sentimentos, conforme vai crescendo, esta criança cria como um grande mecanismo de defesa a necessidade de controle, pois cria uma crença (bastante limitadora por sinal) e uma ideia fantasiosa de que se conseguir controlar o ambiente e o outro estará segura e evitará reviver as aterrorizantes sensações de abandono e desamparo da infância.
Pessoas controladoras transmitem inicialmente uma imagem de segurança, autoconfiança, domínio e firmeza que não condizem em nada com a realidade que vivem internamente.
Podem até parecer muito seguras por fora, mas internamente, sentem-se como crianças amedrontadas, vazias e famintas de afeto.
Reconhecer, aceitar e acolher o que somos, da forma que somos é o primeiro passo para a mudança. Veja abaixo algumas características de pessoas com comportamentos controladores e perceba se você se reconhece.
Baixa autoestima: têm uma visão negativa de si mesmas e uma ausência de empatia, amorosidade e gentileza consigo e com os outros. Não conseguem enxergar características positivas em si mesmas e gozar de seu amor próprio.
Insegurança, ciúme e possessividade: como acreditam, lá no fundo, que não são suficientemente boas, e não merecem ser amadas, sentem-se ameaçadas por qualquer pessoa que julguem mais interessante (quase todas por conta da sua baixa autoestima), decidem que devem tentar controlar seus amores, imaginando que, desta forma, evitarão viver novamente as dores do abandono e da rejeição da infância.
Rigidez: criam verdades absolutas, possuem incapacidade de negociar e fazer acordos, bem como, grande dificuldade em aceitar outros pontos de vistas que não os próprios.
Ausência de confiança no fluxo da vida: manipulam e controlam as situações, acreditando que sempre sabem o que é melhor para si e para o outro.
Intolerância com as incertezas: lidam com extrema dor, ansiedade e fragilidade diante das incertezas da vida. Por medo do que a vida possa trazer, gastam enormes quantidades de energia tentando controlar o próprio destino, o destino do outro e os caminhos da vida.
Dificuldade para gerenciar as próprias emoções: vivem uma grande fragilidade e desamparo emocional e não sabem lidar com os próprios sentimentos. Por medo de se deparar com emoções muito intensas e ameaçadoras, que causam muito medo e desconforto, evitam fazer contato mais íntimo e profundo com o que sentem.
Dificuldade em cuidar das próprias carências e dos próprios vazios: têm grande dificuldade em se nutrir e abastecer sozinhos, com as próprias atividades, prazeres e hobbies, podem até estar constantemente ocupados e em atividades, porém dificilmente saem nutridos e abastecidos destas experiências. Desta forma, acabam buscando sua nutrição emocional do lado de fora, nos outros, tornando-se muitas vezes os famosos sacos sem fundos, em que nada é suficiente ou o bastante.
Veja agora como o controle pode se manifestar e perceba se você se identifica com alguma destas duas formas.
Controladores ativos: brigam, berram e se irritam, querem colocar sua opinião à força.
Controladores passivos: fazem chantagem emocional, choram, ficam em silêncio e desprezam o outro, agem como crianças birrentas que choram e esperneiam quando suas vontades não são atendidas.
Tentar ressignificar os acontecimentos do passado, pode ajudá-lo a mudar esse comportamento controlador! Você será mais feliz e as pessoas ao seu redor, que se sentem controladas, também.
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