Saber com quem dividimos nossas energias, em maior ou menor grau, é possivelmente uma das maiores dificuldades que teremos ao longo de nossa vida. Costumamos, infelizmente, gastar um tempo precioso nos preocupando com coisas e com pessoas dispensáveis, que não somam nada de novo, muito pelo contrário.

Quantas vezes não ficamos chateados com algum tipo de comentário maldoso que alguém faz, como se a opinião daquela pessoa fosse mudar alguma coisa em nossa vida, como se todo mundo fosse concordar com o pensamento dela. Precisamos ter a certeza de que quem nos conhece de fato e nos ama com verdade saberá o que somos e jamais acreditará em qualquer coisa que disserem a nosso respeito.

Outras vezes, deixamos que um fato desagradável acabe com o nosso bom humor, tornando nosso dia carregado e praticamente perdido, fazendo-nos esquecer o tanto que somos agraciados diariamente, o tanto que já conseguimos avançar em nossa jornada. Valorizar nossa saúde, nosso trabalho, nossas companhias verdadeiras deverá ser um exercício diário, ou nos tornaremos pessoas ingratas e desgostosas.

Não raro, somos obrigados a conviver em ambientes onde existem pessoas emanado energia negativa, espalhando agressividade com o semblante pesado. De maneira alguma poderemos nos deixar contaminar por esse tipo de negatividade, por problemas que não nos dizem respeito, nem que tenhamos que nos esforçar duramente. Será difícil mantermos o sorriso ao lado de gritos e de cara feia, mas isso garantirá nossa sobrevivência.

Da mesma forma, costumamos lamentar exageradamente certas perdas que enfrentamos em nosso caminhar, como se não fôssemos conseguir viver sem aquilo a que tanto nos apegávamos ou que tanto queríamos obter. Para que nos reequilibremos, no entanto, necessitaremos de muita ponderação, para percebermos que muito do que se foi não era nosso de fato e que ainda há muita coisa boa nos esperando diariamente.

Uma coisa é certa: caso depositemos demasiada importância em bens que não nos preencham a essência e em pessoas que não nos trazem momentos especiais, estaremos fadados a pouco sorrir e a muito lamentar. Não podemos aceitar uma vida que se arrasta ao sabor amargo das infelicidades alheias, deixando o peso do que desagrada ser maior do que a leveza dos momentos felizes que temos junto a quem dá e recebe amor com intensidade. É isso que nos deve mover e é disso que é feita a vida a que temos direito, bela e digna de se viver.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.