Não é pedir demais. No meio de toda essa força feminina que transporta a independência da mulher, desejar um parceiro que também a guie, leve e a conduza não deveria ser algo ruim ou de resistência, mas de merecimento.
Não é questão de submissão, é até o contrário disso, é mais o querer o parceiro mais presente na vida de forma ativa, tomando também as rédeas, decidindo, sugerindo dando possibilidade de crescimento de ambos, além da segurança e confiança de um parceiro à altura.
Sei que há inúmeras mulheres que comandam suas vidas de forma bastante livre e independente. Gostam do seu canto, do seu silêncio, decidem por si, são seguras e tomadas por uma independência que o tempo as moldou assim para que também reajam e vivam de forma que não se sintam tão dependes de qualquer situação que aprisione seus talentos, movimentos e criatividades.
Na busca dessa forma livre e espontânea de viver, é possível encontrar mulheres bastante ativas também nas relações. São elas as tomadoras de atitudes: escolhem os lugares, fazem as reservas, tomam a direção do carro, da vida, convidam, preparam o espaço, a casa o coração. Elas saem na frente no quesito liderança da relação!
Só que no meio de todo esse embalo da mulher moderna, fica reticente a atuação do parceiro, ou ainda, uma falta dele em também orquestrar a relação. Não é questão de julgamento e jogar a culpa, mas penso também na possibilidade de omissão e deles se sentirem confortáveis na posição de passivos da relação. Já viu disso?
Salvo exceções, mas há sim homens bastante relaxados quando encontram um mulher de atitude. É um cômodo que parte da sua personalidade ou da sua criação, ao pensar que a parceira seja um reflexo da mãe que deixou tudo na mão, sei lá…
Acontece que uma mulher dessas sabe bem seu papel na relação e busca também este reflexo no parceiro, não somente por ela ser assim, mas por uma questão natural e biológica do ser feminino. Ainda está em seu DNA o interesse da mulher pelo homem que “vai à caça”, para prover a família enquanto ela cuida da prole. Ela quer sim um homem guerreiro e de atitude para também se sentir segura. Ela tem interesses sim e isso faz parte da sua sexualidade e feminilidade.
Para estar numa relação com esta mulher é preciso uma boa dose de inteligência, pois ela sabe o que quer, e se for pra entrar na sua vida que seja para somar. Ela pode até se apaixonar pelo rostinho bonito, pelo sexo gostoso, mas chega uma hora que isso não será suficiente. Essa mesma mulher também espera um convite para jantar, para um passeio, um interesse pela sua vida e seu bem-estar. Não, não estou falando de mulher que precisa de requinte, ela também ama a simplicidade – uma flor, uma mensagem, um “como foi seu dia” – são coisas que cativam sem tanto esforço.
Essa mulher decidida também fica confusa diante da passividade de um homem inerte. E essa mesma mulher, tão segura de si, coloca em xeque suas decisões quando se vê numa relação onde ela também se sente o homem quando percebe a falta de atitudes e iniciativas do parceiro.
Não é exigência, é esperar algo que esteja a seu nível de cumplicidade e esforço. É querer junto, e não sozinha, e saber da presença do homem que ela decidiu dividir a vida para seguir conquistando seu mundo. Ou o cara é parceiro desta jornada ou ele vira um mero espectador.