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Vê se cresce, cara!

Errei em mergulhar em você, quando você sempre foi tão raso pra mim. Errei em me entregar por inteiro sem saber que você era só aquilo mesmo e nada mais. Eu não te culpo pela minhas expectativas, eu esperei demais, eu sei, e errei nesse ponto também. Errei por achar que você era bem mais do que parecia ser, por acreditar que você tinha muito mais pra mostrar, por me iludir achando que você iria me surpreender. A verdade é que você nunca iria surpreender nem nas minhas mínimas expectativas, porque você foi pequeno, raso e imaturo, cara! Eu pensei que você teria espaço pra mim, mas me dei conta que o espaço que você tinha não cabia nem você mesmo. A gente só tem uma vida pra ficar estragando com o que não acrescenta em nada. Eu tive que escolher entre ir embora e ficar nessa coisa estranha que a gente chamava de amor.

Eu te amava pra caralh*, cara! E você esnobava, brincava com os meus sentimentos, me deixava pra depois. Eu te amava como nunca pensei que poderia amar alguém, mas acontece que, agora, eu tô amando não gostar mais de você, tô amando me amar mais, tô amando todo esse amor que eu tenho agora por mim, que passa bem longe daquele amor que eu tinha por você e que nunca foi tão reciproco assim. Se eu soubesse que depois de tanto esforço no final nada adiantaria, eu não insistiria tanto.

Até pensei em vingança, cara. Eu queria te ver passando pela mesma situação que você me fez passar. Eu queria que você sentisse, pelo menos, um pouquinho da dor que você me causou. Eu queria pagar com a mesma moeda, te devolver aquela decepção que você foi pra mim. Tudo que eu pensava era em vingança, vingança, vingança. Até que um dia você passou, até que eu deixei a dor ir embora, aquela decepção deu lugar pro sorriso que eu sempre tive, todo o engano deu lugar a segurança, a força, ao amor próprio. Depois de você, eu me tornei alguém mais forte, segura, inteira e madura. No final das contas, a gente percebe que a vingança nem vale a pena. Não tem nada melhor que as voltas que o mundo dá, essa tal lei do retorno que sempre guarda pra gente o que um dia a gente deu pra alguém, sabe?

Pode ir, cara. Um dia a gente se encontra, e eu espero que quando isso acontecer, cê não se arrependa de ter escolhido o sentido errado. Eu quero mais é que você siga em frente e se mantenha distante de mim. Já te perdoei pelas mancadas que você deu, por todas as vezes que você preferiu ficar ausente quando eu mais precisei de você. Então, vai e me deixa. Me deixa na minha que eu sei exatamente qual caminho escolher. Vai e vê se amadurece, vê se cresce, vê se deixa de ser o menino de sempre e, por favor, vira homem.

Iandê Albuquerque

Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .

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