Na busca implacável pela felicidade, as pessoas acabam confundindo ser feliz com ter coisas. Adquirir bens materiais é muito confundido como sinônimo de felicidade, mas na verdade, cientificamente este fato é incorreto. A busca por bens traz uma felicidade momentânea, o dinheiro gasto em algo palpável pode dar uma sensação de felicidade, que eventualmente se desfaz. As pessoas se acostumam muito fácil com ter as coisas, um carro novo só é novo até ser lançado um próximo modelo, o mesmo vale para as roupas, que mudam a cada estação e para os produtos tecnológicos, que ficam obsoletos em seis meses.
A verdadeira felicidade pode ser atingida com experiências, memórias duráveis, que ao contrário das coisas, vão estar para sempre na cabeça de quem vivenciou. Viajar e conhecer novas culturas, adquirir experiência, traz uma felicidade muito mais duradoura do que gastar dinheiro em algo que em pouco tempo já não será lembrado e compartilhado com entusiasmo.
Pesquisa Científica
O professor de psicologia especialista na área de Personalidade Social da Universidade de Cornell, em Nova York, Dr. Thomas Gilovich, em um estudo afirmou que “um dos inimigos da felicidade é a adaptação”, ele estuda a relação de dinheiro e felicidade, e chegou a conclusão de que as pessoas têm a ideia errada de que gastar dinheiro com um certo objeto que vai durar por um tempo as deixa feliz, quando na verdade, ao se adaptar a possuir tal coisa, a felicidade passa. “Nós compramos coisas para ser feliz e conseguimos, por um tempo. Novas coisas são empolgantes para nós no começo, mas nos adaptamos a elas”, afirma.
Em sua pesquisa – To feel happier, talk about experiences, no things (Para se sentir mais feliz, fale sobre experiências, não coisas) o Dr. Gilovich com outros psicólogos da Cornell, conseguiu concluir que pagar por experiência de vida é muito mais proveitoso do que comprar um carro novo ou o último modelo do iPhone e que o dinheiro só compra a felicidade até certo ponto. A felicidade de comprar algo material não dura tanto quanto a coisa em si, já uma experiência de viagem, vai durar muito além do que qualquer produto palpável.
O estudo também afirma que além das experiências vividas, a felicidade se prolonga por poder dividir com as pessoas essas experiências, contar como foi ou como se sentiu ajuda a te manter mais feliz por ter feito algo. É muito mais fácil se conectar com alguém que foi ao mesmo show ou fez uma mesma viagem que você, do que com alguém que comprou uma BMW nova. “Nós consumimos experiências diretamente com outras pessoas e depois que elas passam, se tornam parte das histórias que vamos contar uns aos outros”, afirma o professor Gilovich.
Ele recomenda gastar mais dinheiro com essas experiência; shows, peças de teatro ou um restaurante caro no qual você sempre quis comer, uma pequena viagem de fim de semana ou de um mês para vários lugares, fazer um mochilão, passar por um lugar por apenas um dia; seja o que for que você queira fazer, se puder te trazer memórias e experiências, a felicidade de ter feito isso vai te acompanhar por muito mais tempo do que qualquer bem material poderia. Em conclusão, Galovich afirma “As pessoas são mais inclinadas a falar sobre suas experiências do que seus bens materiais e fazendo isso, elas ficam mais felizes”.
(Com informações de Co.Exist e Cornell Chronicle)