Autores

VIRE A PÁGINA, HÁ UM NOVO CAPÍTULO À SUA ESPERA

A maioria de nós quer manter junto as coisas, as pessoas e as situações que já fazem parte de nossas vidas, porque isso transmite certa sensação de segurança. Porém, na ânsia de tentarmos controlar o mundo à nossa volta, acabamos muitas vezes nos esquecendo de refletir sobre a real necessidade de tudo aquilo que queremos próximo de nós.

Custa-nos enfrentar a quebra de paradigmas, o abalo de nossas certezas, o confronto com aquilo que vem de encontro às nossas verdades. Preferimos, na maior parte das vezes, confinar nossas vidas dentro dos limites de nossa zona de conforto, de onde parecemos ter o controle de tudo, onde temos a falsa sensação de serenidade, uma vez que a vida clama por mudanças e elas virão, queiramos ou não.

Instalados comodamente sobre nossas frágeis certezas absolutas, tornamo-nos insensíveis ao que mantemos junto sem razão alguma, ao que nos emperra o caminhar, ao que nos diminui e não soma nada, apenas subtrai. Afinal, é mais fácil fechar os olhos aos incômodos que carregamos, aos trancos e barrancos, do que tomar a iniciativa de nos livrar do que parece seguro, mas na verdade é frágil, nocivo e vazio de significância.

E assim vamos engolindo a companhia vazia do parceiro que nem nos percebe mais como gente, vamos chorar escondido por toda a humilhação sofrida no emprego, vamos alimentando a falsa esperança de que aquele amigo ausente ainda vai sentir a nossa falta, vamos preenchendo nossas noites medíocres com guloseimas e enlatados televisivos. Vamos, enfim, sem ir pra lugar nenhum, sem viver o que e como merecemos.

Jamais, entretanto, deveremos nos acomodar ao que temos, passivamente, sem refletir continuamente sobre o verdadeiro valor das coisas e das pessoas que aparentemente já fazem parte de nosso viver. É preciso discernimento e coragem para que possamos tomar a iniciativa de romper com tudo e com todos que não nos acrescentam, não nos enriquecem, não nos fazem bem, não nos amam de volta.

A cada novo dia, afinal, podemos nos reencontrar com a possibilidade de sermos felizes, dependendo tão somente de nós mesmos partir em busca de nossos sonhos, de preferência nos despedindo dos pesos inúteis que atrapalham os sorrisos que temos o direito de estampar em nossos rostos. Porque sorrir com verdade e com amor é e sempre será o nosso mais precioso combustível de vida.

 

Prof. Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

Recent Posts

Todo Comportamento Reflete uma Condição: Saber Distinguir Pode Oferecer Soluções para a Remodelação Pessoal

Todo Comportamento Reflete uma Condição: Saber Distinguir Pode Oferecer Soluções para a Remodelação Pessoal A…

4 dias ago

Exposição de Crianças Superdotadas nas redes sociais é excessivamente superior no Brasil do que em outros países.

Exposição de Crianças Superdotadas nas redes sociais é excessivamente superior no Brasil do que em…

2 semanas ago

Halloween: Como o nosso cérebro interpreta o medo?

Halloween: Como o nosso cérebro interpreta o medo? Os sustos e o medo são processos…

3 semanas ago

Dia do Professor: Profissional que criou método inovador explica o que deve ser transformado na educação

Dia do Professor: Profissional que criou método inovador explica o que deve ser transformado na…

1 mês ago

Baixa motivação diurna: como metas diárias podem ser a chave para regular o humor e a motivação

Baixa motivação diurna: como metas diárias podem ser a chave para regular o humor e…

1 mês ago

Série Mindhunter: Relação entre Psicopatia e Inteligência

A Complexa Relação entre Psicopatia e Inteligência: Reflexões a partir da Neurociência e da Ficção…

2 meses ago