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Você conhece as diferenças entre um psicopata e um sociopata?

vamos ser sinceros: quem nunca chamou alguma vez seu vizinho, companheiro de classe, colega ou ex-namorado de psicopata ou sociopata? E até mesmo, se a discussão for grande… o namorado atual. Normalmente utilizamos os termos psicopata ou sociopata de forma intercambiável, para nos referirmos a uma pessoa que se afasta das normas sociais, age sem escrúpulos, carece de empatia ou, simplesmente, é uma manipuladora nata…

Entretanto, sabemos quais são as verdadeiras diferenças entre um psicopata e um sociopata? Em seguida, uma pequena dissecação de ambos os perfis nos ajudará a utilizá-los com propriedade e também a determinar se a pessoa em quem estamos pensando se encaixa em algum deles ou se, simplesmente, é pouco sociável.

Pontos em comum e diferenças

A ligação dos dois padrões está situada no comportamento antissocial. No entanto, apesar de todos os psicopatas poderem ser diagnosticados com um transtorno de personalidade antissocial, isso não acontece do mesmo jeito ao contrário.

A principal diferença seria a fonte desse padrão de comportamento. Falamos sobre uma alteração de comportamento causada por uma lesão cerebral ou um trauma de infância no caso dos sociopatas, ou de um tipo de personalidade produto da genética do indivíduo no caso dos psicopatas.

Neste sentido, segundo explica o geneticista David Lykken, a personalidade do psicopata seria a consequência de um subdesenvolvimento da parte do cérebro que controla impulsos e emoções.

Principais características do psicopata

Não se pode designar o psicopata como um doente mental, uma vez que ele é o ator principal das suas ações, e não apenas um espectador que ignora o que faz. Ou seja, o psicopata age sob a sua responsabilidade, discernindo suas ações e sem sentir desconforto ou qualquer interferência na sua vida cotidiana.

Garrido Genovés (2000) em seu livro El psicópata aponta as principais características deste tipo de personalidade.

Com respeito à área emocional e interpessoal:

Fazem alarde de entusiasmo e charme superficial.
São egocêntricos, com um grandioso senso de autoestima.
Não experimentam remorso e/ou sentimento de culpa.
Têm uma grande falta de empatia com tendência à mentira e à manipulação.
E, com respeito ao estilo de vida:

São impulsivos.
Seu controle de comportamento é pobre.
Precisam de uma excitação contínua (só respondem a estímulos poderosos).
Não têm sentido de responsabilidade.
Sofrem problemas precoces de comportamento.
Por outro lado, relatórios forenses indicam algumas outras características: alta autoestima, meticulosidade, perfeccionismo, rigidez e teimosia. Em poucas palavras, poderíamos afirmar que o psicopata vê o ser humano como um instrumento para alcançar seus fins, sem envolver-se emocionalmente.

Desta maneira, e por mais estranho que pareça, os psicopatas comumente são bem-educados, com relações e trabalhos estáveis. Daqui vêm as típicas declarações dos vizinhos que, após se darem conta de que o vizinho do quinto andar é um assassino em série, declaram que “sempre me cumprimentava no elevador”.

Por outro lado, é muito difícil para os psicopatas compreenderem as experiências emocionais devido a sua dificuldade para integrar os pensamentos e as emoções, Assim, podem identificar sentimentos e chamá-los pelo nome, mas não experimentá-los. Colocando em outras palavras, são capazes de compreendê-los intelectualmente, até mesmo simulá-los, porque aprenderam que uma situação costuma gerar um determinado sentimento, mas, para eles, não são “motores de ação naturais”.

Como é uma pessoa sociopata?

Os especialistas explicam que a sociopatia não se trata de uma doença psiquiátrica no sentido estrito do termo. Segundo o médico psiquiatra Jose A. Posada, estima-se que pelo menos 3% dos homens e 1% das mulheres possuem em seu perfil de personalidade características sociopatas.

A sociopatia se refere a uma série de padrões de comportamento considerados antissociais e/ou criminais pela maioria da sociedade, mas avaliadas como normais – e até mesmo necessárias – pela subcultura do entorno social no qual vivem.

Ao contrário dos psicopatas, os sociopatas podem dispor de uma consciência bem desenvolvida e boa capacidade para a empatia, a culpa e lealdade com alguns indivíduos em particular, mas seu sentido do que está certo ou errado se baseia nas normas e nas expectativas do seu grupo.

Jose A. Posada enumera como algumas das suas principais características:

É amoral, impulsivo e irresponsável.
Tem incapacidade para amar.
Sem um projeto de vida.
Não sentem vergonha nem aprendem com as experiências passadas.
Suas reações afetivas são pobres ou inadequadas.
Têm uma vida sexual mal integrada e/ou práticas sexuais desviadas.
Frequentemente manipula, mente, rouba e burla.
Pode agredir física e psicologicamente.
Faz uso do álcool ou de drogas.

Outros estudos indicam que os sociopatas tendem a ser nervosos e se alteram com facilidade. Além disso, costumam viver e trabalhar sozinhos, devido a sua dificuldade para se adaptar ao trabalho em equipe e permanecer em um só lugar.

Quando tomam a decisão de cometer um delito, os psicopatas planejam cuidadosamente cada detalhe. Ted Bundy seria um bom exemplo do assassino em série psicopata e organizado. Por outro lado, a maioria dos crimes cometidos por sociopatas tende a ter um perfil desorganizado e espontâneo.

Conclusões
A psicopatia significa que o indivíduo não tem empatia nem sentido de moral. Sociopatia é um indicativo de que o sujeito tem sentido de moral e uma consciência bem desenvolvida, ainda que sua classificação do bem e do mal seja particular.

Os sociopatas são capazes de sentir conexão emocional somente com alguns indivíduos em particular, como um familiar ou amigo, e apenas em contextos específicos. Os psicopatas, por outro lado, simplesmente são incapazes de empatizar e formar laços emocionais reais com alguém. Precisamente, a capacidade dos psicopatas para imitar de forma efetiva a conexão emocional os torna particularmente perigosos, já que conseguem cometer seus crimes com grande sucesso.

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