Você não precisa esperar anos para se realizar. A felicidade está logo ali. A defasagem entre o que a gente quer e o que esperam de nós é uma eficiente receita para a depressão.
A gente tem uma ideia muito equivocada do que significa ser feliz. Nascemos em um mundo de padrões prontos nos ditando regras de como podemos ou devemos nos realizar. E se você prestar bem a atenção esses termos de sucesso estão sempre vinculados a desempenho e não ao que realmente toca a nossa alma. E, talvez, esse seja o começo de toda frustração, do caminho direto à infelicidade.
Nos cobram status, sucesso profissional, uma família. E tudo isso dentro de um tempo que não é o nosso e, provavelmente, nem o deles. E essa defasagem entre o que a gente quer e o que esperam de nós é uma eficiente receita para a depressão.
Na escola temos que passar de ano, tirar notas altas, ser popular.
É maravilhoso guardar um boletim cheio de notas altas, entretanto, o mais importante são os verdadeiros amigos que guardamos para sempre no coração, as doces lembrança daqueles professores que nos estenderam a mão nas dificuldades.
Do colega que a gente nem conversava e nos defendeu do bullying, das festinhas comemorativas, do recreio. Passar por média é ótimo, mas o bom mesmo é antecipar as férias e ir para praia, brincar sem ter tema de casa.
O melhor da faculdade não chega nem perto do tanto que estudamos nem no canudo que conquistamos, está nos grandes amigos que fazemos, que veremos casando, tendo filhos e crescendo na vida.
A felicidade da universidade está no intervalo das aulas, nas gatinhas que flertamos, nos romances repletos de hormônios.
Também nos professores que nos espelhamos, nas viagens com a panelinha com os mais hilários perrengues e as mais secretas histórias, que serão lembradas a cada reencontro como amostra do que realmente significa ser feliz, mesmo que a gente nem se dê conta.
De nada adianta sucesso profissional se somos incapazes de fazer amigos que jamais serão demitidos da nossa vida.
Com quem dividimos gargalhadas no meio do expediente, quebramos vários galhos e desabafamos depois do trabalho. Uma promoção é super bem-vinda, mas um churrasco de final de semana, um happy hour na quinta e a confraternização de final do ano, estão entre as melhores e mais divertidas situações de toda nossa carreira.
O maior bem de uma família é o bem enorme que se faz um ao outro.
É seu bebê dormindo no seu peito, um “eu te amo” do filho que mal sabe falar, é o abraço apertado da filha que constrói segurança. É rir com sua esposa. Realizar fantasias com o marido. E essas regras são suas e nenhum sistema pode lhe impor.
Podemos ir a lugares incríveis a pé. Podemos ser muito felizes em um apartamento apertado ou encontrar diversão num jantar com menu de macarrão instantâneo se a gente souber olhar com delicadeza a sutileza que existe em cada momento bom.
Desvendar isso que fica por trás de um singelo sorriso que se chama alegria. Sim, a alegria é a base da felicidade. E ela é um sentimento do agora. Que não se planeja sentir daqui a alguns anos, depois de formado ou quando tiver
dinheiro.
A alegria simplesmente acontece, invade nosso momento sem bater à porta do coração.
Por isso, não dê tanta importância para a vida que você espera ter daqui a muitos anos. Dê valor
mesmo ao que está ao seu redor agora, aos simples e lindos pequenos momentos do dia a dia.
A felicidade esconde-se em um lindo por do sol, em um solitário dia na praia.
Em um programa de comédia.
Em uma boa leitura.
Nas mãos dadas com seu amor.
No sorriso de um filho, no colo da mãe, no orgulho do pai.
E não há razão para esperar, a felicidade está logo ali, aguardando você nesses momentos.
Aproveite antes que a faculdade acabe, que você mude de emprego, que seus filhos cresçam, que seus pais deixem essa vida, pois este é o único sentido de um tempo passante que não espera por ninguém e de uma única vida que não volta nunca mais.